Quando ele disse pela primeira vez que eu era canalha, minha única razão foi sorrir.
Apenas duas horas e vinte e seis minutos depois de ter deixado a cama, foi quando percebi o quanto consegui levantar e tentar entender.
Mas, oras, isso faz mais de anos; nesta época eu ainda observava a eterna luta entre meus sentimentos de pureza e os de libertinagem. Eu fui uma exímia adolescente, nos meus 15 anos.
Quando eu ia para Ribeirão Preto ficar na Ana Amélia, encontrava-me com Beto; o irmão mais velho.
Já sei bem muito do caso, mas foi minha melhor fase tanto musical quanto cinematográfica. A Ana nunca ficava tanto em casa quando Beto estava por lá ao mesmo tempo que eu; ficávamos, portanto, na grande maioria das vezes, sozinhos.
O quarto dele sempre foi escuro, e eu sempre achei que era culpa das cortinas meio, marrons. 'Péssimo gosto, Beto'. Mas, de resto, era tudo meio colorido, com todos aqueles cedês e vinis, e partituras de saxofone e livros espalhos por baixo da cama junto com os cinzeiros [ele fazia coleção], no carpet.
Mas a cama, ah a cama; era coberta pelo branco mais branco. Tanto os lençóis quanto o edredon e qualquer outro cobertor. Acho que Beto fazia questão de se limpar nela.
Lembro-me da primeira vez em que pude sentar nela, após Beto insistir que nos beijássemos no chão. Acho que era apaixonada pelas esquisitices e ele, por minhas pernas. Achava divertido, claro, o fato de rolarmos entre livros. Até que, um dia, ele puxou minhas pernas até a cama e disse 'sobe'.
Fazia parte de que diabos de ritual? E o que eu achava daquilo tudo? Estranho.
Aquele dia foi uma das minhas quase-primeiras-vezes. Quando ele se deu conta do que ia acontecer, sento, acendeu um cigarro e, calmamente disse: 'você é uma canalha'. Tirei minhas meias e cruzei as pernas, sorrindo. 'Que é, Roberto?'.
Achei, desde então, que ele votou pela castidade. Conversava horas ao telefone todas as madrugadas comentando coisas do tipo; Beto resmungava algo e ria, 'eu adoro suas neuroses'. Neurose, que absurdo.
Parar com Beto. Parar de olhar para o papelzinho com o número.
'Recomponha-se.'
Enfim; eu gostava tanto que ele tinha paciência e não cansava nunca.
quarta-feira, junho 20, 2007
sábado, junho 16, 2007
Daí, eu fingia que era mais nova e brincava de 'o que eu vou ser quando eu crescer?'.
What the hell am I now? É, freaking moça de 19 anos com uma angústia maior que o próprio peito.
Tem aqueles que dizem que isso chega a ser bonito. É, ser reconhecida como 'aquela-moça-angustiada', sempre muito bom; vai me ajudar muito na futura - ou improvável - rede de relacionamentos.
Acho que agora eu sei o que quero ser quando crescer; quero ser autodesangustiada. Sim, autodesangustiada, repito. Sabe aquela coisa baixa de achar que o ser humano depende um bom bocado de um outro ser humano para sair de algum buraco ou de algum sentimento de merda? Isso é so last week. Acho que no futuro as pessoas serão tão solitárias que qualquer fossa é encoberta com as próprias mãos.
Mas, e se as pessoas forem tão solitárias por inventarem pensar que não precisam de mais ninguém? Por ser uma espécie de autoafirmação estúpida; quando todo mundo descobrir que o mundo é tão artificial que não existem mais contatos reais com outras pessoas? Daí elas vão vagarosamente aumentando um ridículo senso de 'eu não preciso mais de ninguém mesmo'. E isso tudo faz parte daquela bolsa de 'grandes mentiras da humanidade'.
A gente precisa de pessoas; ridiculamente, desgraçadamente, carentemente. E quando alguém perceber isso, vai se tocar e parar de criar o que nos impede de dar um abraço em seja-lá-quem-for. Talvez sejamos mais felizes; talvez nos machuquemos ainda mais [uma vez que a artificialidade tem um poder absurdo de fazer com que as pessoas esqueçam que estão lidando com outros seres com sentimentos].
Mas, eu repito. Não há nada melhor que uma voz, naquele tom, dizendo palavras de carinho ao ouvido. E olha que isso nem é tudo o que o contato físico entre duas pessoas pode fazer.
~
E se eu estiver falando tudo isso por não saber mais onde ficar? Será que eu estou fazendo certo? Será que isso tudo potencializa o que eu tenho de pior em relacionamentos? Que, quando eu tive outros caras, era bem mais fácil lidar. Ou será que é porque as pessoas estão ficando mais complicadas? Ou eu achava que não existiam mais pessoas complicadas..
Acontece que eu não sei lidar, não sei entender e parar e pensar. Sabe quando vem do fundo mais escuro e escondido do coração aquela vozinha que te enche o saco dizendo 'será que é isso o que eu quero?'. Daria para levar isso que eu tenho sem aquilo em conjunto que eu pedi ontem? É tão difícil seguir no escuro e, como eu sempre achei, sozinha.
Talvez ele nunca se sinta triste por não me ter ao lado dele; talvez ele tenha outros contatos físicos para acalmar; talvez ele use isso para massagem de ego.
Só acho que as pessoas deveriam amar mais, ou pelo menos, não quebrar tantas vezes o coração das outras pessoas que sempre ficam, sentadas, sorrindo e com um copo de Coca-Cola bem geladinha nas mãos.
Quer?
What the hell am I now? É, freaking moça de 19 anos com uma angústia maior que o próprio peito.
Tem aqueles que dizem que isso chega a ser bonito. É, ser reconhecida como 'aquela-moça-angustiada', sempre muito bom; vai me ajudar muito na futura - ou improvável - rede de relacionamentos.
Acho que agora eu sei o que quero ser quando crescer; quero ser autodesangustiada. Sim, autodesangustiada, repito. Sabe aquela coisa baixa de achar que o ser humano depende um bom bocado de um outro ser humano para sair de algum buraco ou de algum sentimento de merda? Isso é so last week. Acho que no futuro as pessoas serão tão solitárias que qualquer fossa é encoberta com as próprias mãos.
Mas, e se as pessoas forem tão solitárias por inventarem pensar que não precisam de mais ninguém? Por ser uma espécie de autoafirmação estúpida; quando todo mundo descobrir que o mundo é tão artificial que não existem mais contatos reais com outras pessoas? Daí elas vão vagarosamente aumentando um ridículo senso de 'eu não preciso mais de ninguém mesmo'. E isso tudo faz parte daquela bolsa de 'grandes mentiras da humanidade'.
A gente precisa de pessoas; ridiculamente, desgraçadamente, carentemente. E quando alguém perceber isso, vai se tocar e parar de criar o que nos impede de dar um abraço em seja-lá-quem-for. Talvez sejamos mais felizes; talvez nos machuquemos ainda mais [uma vez que a artificialidade tem um poder absurdo de fazer com que as pessoas esqueçam que estão lidando com outros seres com sentimentos].
Mas, eu repito. Não há nada melhor que uma voz, naquele tom, dizendo palavras de carinho ao ouvido. E olha que isso nem é tudo o que o contato físico entre duas pessoas pode fazer.
~
E se eu estiver falando tudo isso por não saber mais onde ficar? Será que eu estou fazendo certo? Será que isso tudo potencializa o que eu tenho de pior em relacionamentos? Que, quando eu tive outros caras, era bem mais fácil lidar. Ou será que é porque as pessoas estão ficando mais complicadas? Ou eu achava que não existiam mais pessoas complicadas..
Acontece que eu não sei lidar, não sei entender e parar e pensar. Sabe quando vem do fundo mais escuro e escondido do coração aquela vozinha que te enche o saco dizendo 'será que é isso o que eu quero?'. Daria para levar isso que eu tenho sem aquilo em conjunto que eu pedi ontem? É tão difícil seguir no escuro e, como eu sempre achei, sozinha.
Talvez ele nunca se sinta triste por não me ter ao lado dele; talvez ele tenha outros contatos físicos para acalmar; talvez ele use isso para massagem de ego.
Só acho que as pessoas deveriam amar mais, ou pelo menos, não quebrar tantas vezes o coração das outras pessoas que sempre ficam, sentadas, sorrindo e com um copo de Coca-Cola bem geladinha nas mãos.
Quer?
terça-feira, junho 12, 2007
É, só não há a solidão por conta do meu casal favorito. Claro, havia a intenção de ver o Darwin e o Toulouse no MASP; mas passaram para segunda-feira 'o dia de graça'. Poor us.
MASP sempre me deixa feliz, mesmo quando temos que pagar. Ahn, tá, não fomos e ficamos sentadas no vão. Um senhor veio e cantou 'Encosta sua cabecinha'. É, todo feliz. Depois, Alberto apareceu; como sempre. Fiquei feliz e precisava dele para uma espécie de levanta-ego. Ganhei um livrinho de poesia dele de dia dos namorados.
Ah, Almoçar em casa, Paulo chegou e tal. Batata frita e iei. Ganhei chocolate dele de presente. Pelo menos né. Cãmi deu ataque querendo ligar pra Raphael. Enfim, acabei mal.
Tá. Uma espécie esquisita. ;p
MASP sempre me deixa feliz, mesmo quando temos que pagar. Ahn, tá, não fomos e ficamos sentadas no vão. Um senhor veio e cantou 'Encosta sua cabecinha'. É, todo feliz. Depois, Alberto apareceu; como sempre. Fiquei feliz e precisava dele para uma espécie de levanta-ego. Ganhei um livrinho de poesia dele de dia dos namorados.
Ah, Almoçar em casa, Paulo chegou e tal. Batata frita e iei. Ganhei chocolate dele de presente. Pelo menos né. Cãmi deu ataque querendo ligar pra Raphael. Enfim, acabei mal.
Tá. Uma espécie esquisita. ;p
domingo, junho 10, 2007
é só isso,
não tem mais jeito,
acabou,
boa sorte.
não tenho o que dizer,
são só palavras,
e o que eu sinto,
não mudará.
tudo que quer me dar,
é demais,
é pesado,
não há paz.
tudo o que quer de mim,
irreais,
expectativas,
desleais.
Falar sério do cedê novo da Vanessa da Mata? Não, não merece minhas meras palavretas. Só é melhor que o primeiro, que é melhor que o segundo. Sim! Eu realmente acredito do poder de desenvolvimento das pessoas do mundo; mainly artístico. So, ela merece um 'baixa Gábe'.
Ahn, caralho. Eu tô tão bem, mas tão bem, que estou até suspirando por mim mesma. 'Me deixa só e depois não consegue; não me satisfaz'. Guess I'm as tired as never. Aiê que vontade de cantar.
Preciso apenas cuidar do receber-dinheiro-da-iniciação para começar com São Paulo em finalzinho. Ide! Festa no meu apartamento.
não tem mais jeito,
acabou,
boa sorte.
não tenho o que dizer,
são só palavras,
e o que eu sinto,
não mudará.
tudo que quer me dar,
é demais,
é pesado,
não há paz.
tudo o que quer de mim,
irreais,
expectativas,
desleais.
Falar sério do cedê novo da Vanessa da Mata? Não, não merece minhas meras palavretas. Só é melhor que o primeiro, que é melhor que o segundo. Sim! Eu realmente acredito do poder de desenvolvimento das pessoas do mundo; mainly artístico. So, ela merece um 'baixa Gábe'.
Ahn, caralho. Eu tô tão bem, mas tão bem, que estou até suspirando por mim mesma. 'Me deixa só e depois não consegue; não me satisfaz'. Guess I'm as tired as never. Aiê que vontade de cantar.
Preciso apenas cuidar do receber-dinheiro-da-iniciação para começar com São Paulo em finalzinho. Ide! Festa no meu apartamento.
sexta-feira, junho 08, 2007
salto del guairá.
Here we go.
Depois de passar raiva, ligar [ao todo, umas dez vezes], xingar, ouvir risada, acordar duas horas depois pra viajar, chegar a São Carlos; convidam-nos ao Paraguai.
'Ah, deve dar umas 12 horas até Salto del Guairá. Vocês querem ir?'
Déia, Déia. 'Por que não?'.
Estamos há duas horas correndo como loucas atrás de coisinhas e álcool, vamos em cinco em um carrinho. Três moças e dois moços.
screw, screw.
So, devo voltar [ahn, eu tô avisando a mim mesma?] na quarta-feira. Don't know. Oras.
Sinto que seria trocada em segundos. Tudo faz parte de um longo processo de ouvidos e caras feias. Ele nunca vai entender.
Stupid men.
Depois de passar raiva, ligar [ao todo, umas dez vezes], xingar, ouvir risada, acordar duas horas depois pra viajar, chegar a São Carlos; convidam-nos ao Paraguai.
'Ah, deve dar umas 12 horas até Salto del Guairá. Vocês querem ir?'
Déia, Déia. 'Por que não?'.
Estamos há duas horas correndo como loucas atrás de coisinhas e álcool, vamos em cinco em um carrinho. Três moças e dois moços.
screw, screw.
So, devo voltar [ahn, eu tô avisando a mim mesma?] na quarta-feira. Don't know. Oras.
Sinto que seria trocada em segundos. Tudo faz parte de um longo processo de ouvidos e caras feias. Ele nunca vai entender.
Stupid men.
quinta-feira, junho 07, 2007
murilo.
'Quando ela aparecia naquelas reuniões irresponsáveis, ficava incomodado com os olhos e perguntas infinitas.
Pouco depois, acostumei-me com aquela presença constante de cabelos bem arrumados que logo eram destruídos em um movimento de mãos e pescoços. "Acho que isso deve, no mínimo, relaxar vasos sangüíneos, né?". Ajuda a pensar? E nunca falava sobre política com ninguém, sobre o que era o DCE e aquele momento do movimento estudantil.
Após as eleições, ela sumiu. Inquietei-me com a ausência dos cabelos revoltados e do nervosismos com as unhas. Sabia que fazia ECA.
Com a volta das aulas, via-a caminhando solitária ou com algum barbudo. Sempre com vários papéis e livros nas mãos, gesticulando, falando e rindo.
Até que um dia, entrou e chutou uma porta no DCE, chacoalhando energicamente um chumaço de papéis na Léa. "Cretinos! Carta de renúncia, qual é a das carteirinhas? Merda, Léa, merda!". Foi naquele segundo. Vinicius estava pra rolar de rir no chão quando segurei o braço e perguntei "Quem é?", "Ela andava aqui. Um charme. Gabriela". Gabriela. Nesse momento, subiu no sofá e discursou, brava, revoltada, encantadoramente. Jogou o que chamava de carta de renúncia no chão e saiu com outro chute na porta.
Desculpa, mas foi naquele dia que eu me apaixonei por você. De verdade e, desde então, você já sabe. Foi uma batalha conseguir seu endereço e mandar os livros. Ainda tenho o Vinicius falando seu nome 24h por dia. Estamos numa disputa por você não, fica tranquila. Só estamos arquitetando meios para aquilo que eu te falei pessoalmente.
Além do mais, não consigo tirar da cabeça aquela tarde com sinuca e álcool. Nem seus cabelos, seu vestido longo e sua risada.
Já era, Gabriela. Já estou apaixonadamente seu.'
Hang on.
Murilo entregou-me uma carta.
Lógico que vou copiar, vai que eu perco.
Serve como levanta-ego nas noites como esta.
Somebody really likes me.
E que diabos eu estou fazendo?
Pouco depois, acostumei-me com aquela presença constante de cabelos bem arrumados que logo eram destruídos em um movimento de mãos e pescoços. "Acho que isso deve, no mínimo, relaxar vasos sangüíneos, né?". Ajuda a pensar? E nunca falava sobre política com ninguém, sobre o que era o DCE e aquele momento do movimento estudantil.
Após as eleições, ela sumiu. Inquietei-me com a ausência dos cabelos revoltados e do nervosismos com as unhas. Sabia que fazia ECA.
Com a volta das aulas, via-a caminhando solitária ou com algum barbudo. Sempre com vários papéis e livros nas mãos, gesticulando, falando e rindo.
Até que um dia, entrou e chutou uma porta no DCE, chacoalhando energicamente um chumaço de papéis na Léa. "Cretinos! Carta de renúncia, qual é a das carteirinhas? Merda, Léa, merda!". Foi naquele segundo. Vinicius estava pra rolar de rir no chão quando segurei o braço e perguntei "Quem é?", "Ela andava aqui. Um charme. Gabriela". Gabriela. Nesse momento, subiu no sofá e discursou, brava, revoltada, encantadoramente. Jogou o que chamava de carta de renúncia no chão e saiu com outro chute na porta.
Desculpa, mas foi naquele dia que eu me apaixonei por você. De verdade e, desde então, você já sabe. Foi uma batalha conseguir seu endereço e mandar os livros. Ainda tenho o Vinicius falando seu nome 24h por dia. Estamos numa disputa por você não, fica tranquila. Só estamos arquitetando meios para aquilo que eu te falei pessoalmente.
Além do mais, não consigo tirar da cabeça aquela tarde com sinuca e álcool. Nem seus cabelos, seu vestido longo e sua risada.
Já era, Gabriela. Já estou apaixonadamente seu.'
Hang on.
Murilo entregou-me uma carta.
Lógico que vou copiar, vai que eu perco.
Serve como levanta-ego nas noites como esta.
Somebody really likes me.
E que diabos eu estou fazendo?
sexta-feira, junho 01, 2007
E a saudade que me deu da Kika, hoje?
E de que as letras desse blog fossem todas menores, discretas? Discrepante, isso sim. Afinal, o que eu queria de verdade? Que todas essas confusões mentais [friso, claro, o caráter de inexistência].
Talvez eu quisesse que as pessoas me procurassem. Tanto faz quem seja, mas que seja uma daquelas da lista de 'I'll really spend my time on them' do messenger. Bem naquele sentido de 'quanto tempo', 'você faz falta'. O que eu tenho menos sentido ultimamente é o fazer-parte que todo mundo, um dia ou outro, quer de verdade-do-fundo-do-coração. Somos um bando de necessitados; de amor, carinho, não-negligência. Afinal, por que eu preciso tanto? Sou uma carente da maior estirpe ou uma daquelas viajantes dos submundos da TPM? As pessoas deveriam ter tabelinhas de menstruação das amigas; pra ligar no pré-regras. O mundo seria melhor.
Sabe o que eu quero também? [e eu sequer posso dar-me o luxo de querer tanto?] Quero ter a consciência não pregada ao chão; quero poder fazer o que sentir vontade. Afinal, vou viver daquele jeitinho medíocre? E de onde diabos vem esse 'vou viver..'? Brega, brega, brega. Juras a mim mesma, pieguices e auto-carinhos.
Pretendo a solidão, inevitavelmente. Preciso estudar e estudar além. Prestar UFMG, enfiar-me em mim mesma e seguir.
Talvez eu quisesse, também, que o mundo fosse diferente. E acreditar que eu possa fazer pra mudar e lutar e usar o movimento estudantil pra crescer sempre mais e mais [no que eu nem sequer tenho forças pra acreditar]. Tenho familiares que não sabem quem eu sou. E, no meio de tudo isso, eu só ocnsigo sentir falta da minha avó. Nunca irei me acostumar, né? Será sempre tão complicado. E será procurá-la nas pessoas? Achar um defeito dela que eu tentava apagar na minha mãe, tão latente como nunca imaginei.
O pedacinho dela estava em sinais de reconstrução, para que ela se tornasse aquela nuvenzinha de saudade que cirula o corpo. Mas o tempo fez-me perceber que o buraco é tão fundo, e tão difícil de preencher. E como eu posso, se ninguém me conhece..
E de que as letras desse blog fossem todas menores, discretas? Discrepante, isso sim. Afinal, o que eu queria de verdade? Que todas essas confusões mentais [friso, claro, o caráter de inexistência].
Talvez eu quisesse que as pessoas me procurassem. Tanto faz quem seja, mas que seja uma daquelas da lista de 'I'll really spend my time on them' do messenger. Bem naquele sentido de 'quanto tempo', 'você faz falta'. O que eu tenho menos sentido ultimamente é o fazer-parte que todo mundo, um dia ou outro, quer de verdade-do-fundo-do-coração. Somos um bando de necessitados; de amor, carinho, não-negligência. Afinal, por que eu preciso tanto? Sou uma carente da maior estirpe ou uma daquelas viajantes dos submundos da TPM? As pessoas deveriam ter tabelinhas de menstruação das amigas; pra ligar no pré-regras. O mundo seria melhor.
Sabe o que eu quero também? [e eu sequer posso dar-me o luxo de querer tanto?] Quero ter a consciência não pregada ao chão; quero poder fazer o que sentir vontade. Afinal, vou viver daquele jeitinho medíocre? E de onde diabos vem esse 'vou viver..'? Brega, brega, brega. Juras a mim mesma, pieguices e auto-carinhos.
Pretendo a solidão, inevitavelmente. Preciso estudar e estudar além. Prestar UFMG, enfiar-me em mim mesma e seguir.
Talvez eu quisesse, também, que o mundo fosse diferente. E acreditar que eu possa fazer pra mudar e lutar e usar o movimento estudantil pra crescer sempre mais e mais [no que eu nem sequer tenho forças pra acreditar]. Tenho familiares que não sabem quem eu sou. E, no meio de tudo isso, eu só ocnsigo sentir falta da minha avó. Nunca irei me acostumar, né? Será sempre tão complicado. E será procurá-la nas pessoas? Achar um defeito dela que eu tentava apagar na minha mãe, tão latente como nunca imaginei.
O pedacinho dela estava em sinais de reconstrução, para que ela se tornasse aquela nuvenzinha de saudade que cirula o corpo. Mas o tempo fez-me perceber que o buraco é tão fundo, e tão difícil de preencher. E como eu posso, se ninguém me conhece..
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