sábado, abril 26, 2008

alguma coisa acontece no meu coração, que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João, é que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi, da dura poesia concreta de tuas esquinas, da deselegância discreta de tuas meninas;

ainda não havia para mim rita lee, a tua mais completa tradução, alguma coisa acontece no meu coração, que só quando cruzo a ipiranga e a avenida são joão;

quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto, chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto, é que narciso acha feio o que não é espelho e a mente apavora o que ainda não é mesmo velho, nada do que não era antes quando não somos mutantes;

e foste um difícil começo, afasto o que não conheço, e quem vende outro sonho feliz de cidade aprende de pressa a chamar-te de realidade, porque és o avesso do avesso do avesso do avesso;

do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas, da força da grana que ergue e destrói coisas belas, da feia fumaça que sobe apagando as estrelas, eu vejo surgir teus poetas de campos e espaços, tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva;

panaméricas de africas utópicas, túmulo do samba, mais possível novo quilombo de zumbi, e os novos baianos passeiam na tua garoa, e novos baianos te podem curtir numa boa.



ô, meu amor.

terça-feira, abril 22, 2008

Eu deveria saber me portar diante disso tudo, acho. Pelas mortes dos meus avós, de tios, de primos que se mataram; don't know. Deveria saber como dar um abraço, como sentar e conversar com ele; talvez não desviar tanto para coisas imbecis, não discutir. Ser o que eu tinha que ser nessas horas.
Mas a gente se quebra, eu me desfaço. Ele tinha um ar de tristeza, quase o tempo todo. E em quase o tempo todo eu sugava esse ar e me desmanchava por dentro; como eu queria ficar o tempo todo deitada numa cama com ele nos meus braços, ouvir a respiração dele, ouvir o que ele quisesse falar. O tempo do Rapha é o melhor. E eu só soube sofrer e não respeitar.
E me deu um medo insano, um medo verde musgo em crescendo. Aqui dentro. E a distancia dele, que era a saudável para o momento.

Eu tive medo de ver ele indo embora. E ele não ia embora.
Agora é a noção de ele estar longe. Por que eu nunca sinto como se tivesse aproveitado tudo o que podia com ele? Tudo e mais?


Rapha; eu quero tudo mais perto.
eu tô com saudade..

segunda-feira, abril 07, 2008

Do trabalho

Diretamente do Ipiranga, ahã.
Tô pensando seriamente em abrir esse blog pra além, sabe. Acho que tá pra ir enfiando nele alguma coisa do que eu queria falar naquele outro que já era pra estar no ar aqui. Afinal, desvenciliar eu disso tudo num dá não, vai.