domingo, setembro 03, 2006

Senti falta do Photoblog e da Bélgica.
Do Ernst e de tudo o que ele me ensinou com uma Bronica 1980.
Do photoblog que ele me deu e que tinha o nome de uma antiga paixão dele, Hildegard. De como quis permanecer com o nome dela e ele dizia o quanto eu a lembrava.
Dos filhos dele e de quando ele se divorciou. Do quanto ele não se lamentava, apenas pela Emily e pelo Rex.

Most of all, de como ele falava sobre a Melissa.
Lembro-me como se fosse ontem o dia quando ele comentou que estava apaixonado por ela e eu fiquei feliz. Senti-o como nunca havia sentido e passei a conhecê-lo melhor. De todas as conversas em diferentes tipos de inglês, foi a que melhor nos entendemos. Ele calou-se e mantinha um sorriso invejável pela webcam.

A Melissa é a mulher mais bonita que eu conheço. É uma costariquenha com lindos cabelos cacheados. Tinha uma voz sedutora e longos braços. O Ernst morria pelo talento de fotógrafa dela.
Acho que ele foi quem conseguiu captar uma mulher da maneira mais sutil em fotografias.
Como ela é louca por ele e ele por ela. Como boa costariquenha, ela o esperou e ele a visitou. Como bom holandês, ele viu ela mudar-se para a Holanda três anos depois de se conhecerem por internet.
E era como as fotografias dele ficaram mais humanas e as dela mais fortes.
De como é bom receber uma carta dele, depois de um ou dois anos sem nenhum palavra, contando tudo o que conseguia nas linhas mais longas que eu já li, terminando com 'I don't know me any longer. And I don't know you either'. Havia uma fotografia dele e da Melissa, tirada pelo Rex. Sorri e vi que havia um bilhete em espanhol dela no verso da foto: "Voy a São Paulo el mes próximo y deseo tomar una fotografía de usted. Ernst enviará a través de mí sus presentes de cumpleaños. Él los guardaba desde 2004. Le falto mucho, querida."

Qual felicidadezinha foi. Guardando, novamente, só pra mim.





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