De todas as coisas que eu quis ontem, após não ter parado quando devia e de ter quase batido o carro, fugir pro Rapha era a que mais me agradava. Encostei e desliguei o carro. Com a cabeça nas mãos, engoli em seco para não chorar. Havia feito isso a tarde toda, mais um momento não me causaria profundos desagrados.
Minha mãe me repreendeu com feições duras quando eu parei a fitar o vazio, sem reação e com os olhos molhados. Isso, na casa do meu avô, ao lado dele na mesa da sala de jantar. Culpa alguma, disse pra ela depois. Afinal, aquela casa tem ares de avó pra sempre. E, depois de um ano sem passar mais de dois minutos por lá, fez-me falta. Acho que me vi correndo pela sala e lembrei do dia em que escorreguei e bati a cabeça no vidro da porta que separa o alpendre. Lembrei-me das férias, quando vinha do Sul ou de Sumaré passar dois meses.
Não quis guardar dele. Respeito por minha mãe e meus tios? Hum, ela não quis marcar a passagem agora. Tem medo de algo acontecer com meu avô. E, tem a minha participação em toda a história.
O medo passou? Talvez, ele só tenha se misturado com a aflição de vê-lo com o branco dos olhos tornando-se amarelo.
sexta-feira, outubro 13, 2006
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