"- Fecha os olhos, minha pequena.
- Não.
- Vai, fecha. Deixa eu beijar teus olhos.
- Não.
Enquanto a prima lia alguma coisa deitada em seu colo, Carlos passeava as mãos pelo cabelo dela. Os dois, agora com dezessete anos, passaram a infância toda juntos. As mães eram irmãs. Falaram juntos, estudaram juntos, beijaram juntos. Qualquer desejo ou vontade era exposta nos corriqueiros e longos diálogos. Conversavam muito, sempre até a madrugada, deitados na grama do quintal do casarão da avó. Foi ali mesmo o primeiro beijo dos dois, aos doze anos, assim como todas as outras primeiras vezes nos outros anos.
Era uma madrugada de um sábado perdido no meio das férias de inverno e Carolina usava um vestido de verão. Carlos a achava cada vez mais linda e perdia-se na confusão de sangue e família. Como explicar para a prima? Há dois anos, comaçara uma paixãozinha que tornou-se mais forte que ele. Ele próprio a definiria como doentia, no presente momento. Era como ir de Mozart a Wagner, de Gaarder a Coetzee."
Tá. Eu achei isso nas minhas coisas e preciso terminar.
Ou não.
terça-feira, outubro 03, 2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário