quinta-feira, março 08, 2007

dia internacional da mulher.

Dia internacional da mulher me lembra Raphael, me lembra machismo, me lembra fábrica+explosão. E, a partir de agora, vai me lembrar dia de bala de borracha nas costas.

Tá, maré de sorte e outras coisas mais.
Para começar, o lado divertido foi que tenho conseguido certas coisas. A bolsa de iniciação científica relacionada com imagens e publicidade e uma mulher da Ogilvy ligando, com interesse no meu currículo para receber uma boa quantia em dinheiro.

Mas, tem que ter o lado bizarro. Claro que eu fui até a Paulista dar uma olhada nas manifestações anti-Bush e pró-feminismo. Com o anarquismo do Tom, cantei um bocado e gritei e tal, mesmo sem entender tudo isso. Quando vai, a gritaria aumenta, policiais e manifestantes começam a se agredir e, tadã! Levo uma bala de borracha bem no lugar de um dos rins.
A dor, deuses. Corri com as mãos nas costas, desesperada, para longe da multidão. Sentei-me na calçada e curvei-me de dor. O resto dos meninos veio correndo e um deles sangrava no braço, foi atingido por uma pedra. Nossa. Fazia quase um mês que eu não sentia nenhuma dor corporal parecida com essa.
Tentamos tirar o Tom do meio da briga e fomos até um carro para tentar ir para a casa de alguém. Gelo, curativos e uma marca bem vermelha/roxa/verde nas costas. Nem ao menos parei para pensar em tudo isso, no sentimento de revolta que tomou conta de mim enquanto sentia-me parte da multidão. Parecia que todos os problemas de todas as pessoas saiam, vomitados, através dos timbres das 6000 vozes. A sensação era de, pela primeira vez, sentir uma revolta. Mesmo que tenha sido feita por uma maioria de classe média..

A bala de borracha torna-se uma lembrança, uma marca do que o envolvimento com os movimentos estudantil e social podem me trazer.
E, querem saber, um arrepio de satisfação toma conta do meu corpo.

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