segunda-feira, julho 24, 2006

Ah, saudade.


Ainda há algo de muito bom em achar músicas do Borghettinho espalhadas pela internet.
São os clássicos, como naquele dia em que eu achei um cedê do Simon & Garfunkel perdido em velhos documentos.
Fui a um show dele, da última vez que estive em Canela. Foi bem perto do natal e ele usava bombachas e uma camisa meio aberta branca. Ventava muito e o chapéu dele voou longe, acho que para alguém da platéia. Foi uma apresentação em frente à capela de pedra da cidade. Várias pessoas choravam ao meu lado, principalmente no momento em que ele tocou 'Felicidade' e todos os gaúchos do mundo cantaram.
Eu ficava pensando em como o Rio Grande do Sul é protecionista. Talvez no bom sentido, pelo tanto que há de cultura e valorização dela por lá. Na minha última viagem pelo interior, de carro e até São Borja - bem na divisa com a Argentina -, eu presenciei muito do que é o Sul de verdade. Haviam churrascos e rodas de chimarrão, pessoas dançando o pézinho. Os cavaleiros de bombacha mesmo, e chicote, e botas de cano alto, e chapéu. Daqueles que falam com um sotaque fantástico e cospem no chão. Mulheres com saias longas e donas-de-casa-de-fazenda. Dos tocadores de gaita, do vanerão.
O que foi aquilo para os cinco primeiros anos da minha infância? Não faço idéia.
O que é aquilo pra mim, hoje? Meta, depois de Minas. E infelicidade, pelo estado de São Paulo.


Parque Farroupilha - 1998

Nenhum comentário: