Ainda há algo de muito bom em achar músicas do Borghettinho espalhadas pela internet.
São os clássicos, como naquele dia em que eu achei um cedê do Simon & Garfunkel perdido em velhos documentos.
Fui a um show dele, da última vez que estive em Canela. Foi bem perto do natal e ele usava bombachas e uma camisa meio aberta branca. Ventava muito e o chapéu dele voou longe, acho que para alguém da platéia. Foi uma apresentação em frente à capela de pedra da cidade. Várias pessoas choravam ao meu lado, principalmente no momento em que ele tocou 'Felicidade' e todos os gaúchos do mundo cantaram.
Eu ficava pensando em como o Rio Grande do Sul é protecionista. Talvez no bom sentido, pelo tanto que há de cultura e valorização dela por lá. Na minha última viagem pelo interior, de carro e até São Borja - bem na divisa com a Argentina -, eu presenciei muito do que é o Sul de verdade. Haviam churrascos e rodas de chimarrão, pessoas dançando o pézinho. Os cavaleiros de bombacha mesmo, e chicote, e botas de cano alto, e chapéu. Daqueles que falam com um sotaque fantástico e cospem no chão. Mulheres com saias longas e donas-de-casa-de-fazenda. Dos tocadores de gaita, do vanerão.
O que foi aquilo para os cinco primeiros anos da minha infância? Não faço idéia.
O que é aquilo pra mim, hoje? Meta, depois de Minas. E infelicidade, pelo estado de São Paulo.

Parque Farroupilha - 1998
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