'E ela caiu. Num enrugar seco de lençóis por fazer, rendendo-se às contorções que seu corpo fazia no ar denso do verão e no jogo de descobertas por cada fragemento.
Todo o calor tirou sua roupa. O cabelo colava-se à nuca. Os segundos eram horas, as horas dias e os dias anos.
Um piscar de olhos e uma inspiração duravam eras naquele dia, naquele octavo día.
Durante oito dias, o mundo derretia e ela ficava trancada na cama.
Tirar cada peça por dia. Tirar cada fragmento junto.
Teve tempo para pensar, enquanto o calor tornava a vida lenta. Depois do que aconteceu, pensar era a melhor atividade.
Olhou para as unhas vermelhas dos pés. Molhava os cabelos com a água da garrafa ao lado da sua cama de quando em quando.
Molhava o rosto em outros artifícios.
O que sentia? O que queria, misturando lençóis, suor e pele?
Chorava. Sentia calor. Parava e inspirava profundamente.'
Eu quero me esconder debaixo dessa tua saia, pra fugir do mundo.
Pretendo também me embrenhar no emaranhado desses teus cabelos
E vem logo, vem curar teu nego, que chegou de porre lá da boemia.
quinta-feira, julho 13, 2006
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