sábado, julho 22, 2006

When we wanna sing, we sing.

Hoje a Carol chegou toda animadinha na aula de inglês, enquanto eu e o Daniel colocávamos assuntos em dia. 'Controversial issues!'. Olhamos, sem entender. 'Let's have a conversation class, ok? And, yes, let's talk about a controversial subject!'. Well, o que eu e o Daniel poderíamos fazer? 'Claro, Carol.'
Acho que ela enfiou o dedo em qualquer parte de um livro cujo título era alguma-coisa-and-taboos. 'Rá, death'. Olhei bem pra ela e para o meu colega de classe. 'Carol, you know that Daniel will discuss something only for the pleasure to disagree with me, don't you?'. Ela respondeu que sim, e que era mais divertido.
Não sei por quê cargas d'água, o assunto desviou para religião e para o meu ceticismo. Tá, sei o por quê de ter desviado para religião, mas eu fui o alvo de questionamentos. E, para falar, o Daniel se deliciava com cada respostinha metidinha de menininha rebelde que sou. A Carol ria, e dizia que era porque ele não podia discutir algo tão profundo quanto morte com a namorada dele. Hum, e ele nem ficou bravo.
Acho que eles ficaram tristes pela minha auto criação religiosa, ou não. Contava que, quando minha avó morreu, eu lia Saramago. Foi meu ápice de fase de questionamentos. Desacreditei de qualquer coisa e iniciei-me em wiccanismos e práticas estranhas. Isso com 12, 13 anos. Devo ter me interessado pela Wicca até uns 16 anos, quando parei de conversar com a Thatinha. Era, o que dizíamos, uma apóia a outra. Talvez tenha começado a odiar os go-betweens: religião. Foi por que, mesmo? Quando comecei a ler algum artigo científico? Quando comecei a querer provas?
O ceticismo tomou conta, comigo julgando levar uma vida racional. Rendo-me a emoções facilmente. Claro, acreditando na capacidade cerebral humana sem enfiar forças maiores no meio.
Daí, meu avô paterno morreu. Hum, foi um quase-cair-de-mundo, ano passado.
Odiei tudo, por um mês ou mais. Sentia raiva. Mas não era de qualquer so called deus. Era dos homens. E da falta de atenção. E das estradas. E dos caminhões. E dos acostamentos. E das agências funerárias. E dos cemitérios. E daterra. E da cama, e, e...

É tudo justo, claro. O ser humano morre. Mas minha avó Maria e meu avô Antenor? Justo os imortais?

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