quinta-feira, julho 06, 2006

A Kika está brava porquê eu dormi no meio do 'Último tango em Paris'. Não sei se foi o início que não me atraiu, pelo já anunciado filme com tantas cenas de sexo. Diverti-me tentando manter os olhos abertos tomando quantidades imensas de café. Continuo achando que já não surte mais efeito.

Como era aquela música do Alice in Chains? "I have never felt such frustration or lack of self control"? Oh, velhos tempos.

Sonhos estranhos. Sobre pessoas, pó e sangue. Talvez tenha acontecido pelas cartas lidas ontem, já em fim de madrugada. Tantas antigas, de pessoas que sumiram. Pensei em partes tomadas, por tudo o que foi escrito e derramado sobre intermináveis folhas de papel. Elas, com todas as declarações. Parei com o olhar perdido, quase em estado de inconformismo com personalidades estranhas. Eu teria mudado? Certamente que tentei mesmo não ridicularizar nada do que foi escrito. Faz tempo, já. Deparei-me com o pentagrama do Diego, com um par de meias pretas, um rolo de fita adesiva com desenhinhos bonitinhos, um encarte de uma harpista, dobraduras, fotografias. Achei que as cartas eram mais pessoais, mais uma vez.

Enterrei-me novamente em quase oito páginas de palavras jogadas mais por uma vontade, por uma saudade. Escrevi e escrevi e escrevi. Tudo aquilo que foi posto, vale ainda? Saí dos contos inúteis e sem sentido para pensar nele.
Lembrava-me. Houve a peça de seis horas de duração. Os dois, já no sofá, com calor pelas janelas fechadas e movimentos rápidos e três. Um mapa no chão da sala.
E sorri. Pelos meses.

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