quarta-feira, dezembro 20, 2006
o well, divertido, no minimo.
hoje eu decidi uma coisa, apos muito pensar e, nao dormir direito: comeco, agora, a levar meu curso nas 'coxas', pretendendo seguir algo relacionado com a escrita. falta, falta talento, claro, mas ha criatividade e vontade de sobra. ha, tambem, uma maquina de escrever, que e milhoes melhor do que essa porra de computador. quel absurd, claro.
ra, ontem, tambem, cairam certas opinioes a respeito de amor de traicao. [barra maior, ouvir do seu namorado]. desiludida, encostei a cabeca no travesseiro decida a nao ter algum pensamento a respeito de um futuro com meu atual namorado. a gente chama isso de tristeza or something, eu chamo de velha gabriela. parar, claro, com essa mania de construir uma vida baseada nele. com tudo o que aconteceu no final de semana, cada um dos pedacinhos, agora curados e melhores, podem chegar a deixar de achar aquilo de 'homem da minha vida'? imaginem se isso acontecer? digamos, a historia de recife me deixou mais chateada do que a internet possibilita transparecer.
resultado: nao ha mais uma distancia fisica, mas, talvez, uma que seja contextual? oh flora. eu e ele somos de universos diferentes, no sentido de relacionamento, claro. me dispus a isso. continuo. ele vale, e a situacao? outro ponto pra voce.
vamos, vinicius, declare-se, que eu nao recebo um elogio ha meses.
segunda-feira, dezembro 18, 2006
I've got to go away - Baby, it's cold out there
This evening has been - Been hoping that you'd drop in
So very nice - I'll hold your hands, they're just like
ice
My mother will start to worry - Beautiful what you're
hurry
And father will be pacing the floor - Listen to that
fireplace roar
So really I'd better scurry - Beautiful, please don't
hurry
Well, maybe just a half a drink more - put some
records on while I pour
And the neighbors might think - Baby it's bad out
there
Say, what's in this drink? - No cabs to be had out
there
I wish I knew how - Your eyes are like starlight now
To break the spell - I'll take your hat, your hair
looks swell
I ought to say no, no, no sir - Mind if I move in
closer?
At least I'm gonna say that I tried - What's the sense
of hurtin' my pride?
I really can't stay - Baby don't hold out
Baby but it's cold outside
I simply must go - but Baby it's cold outside
The answer is no - but baby, it's cold outside
The welcome has been - How lucky that you dropped in
So nice and warm - Look out that window, man that's
hard
My sister will be suspicious - Gosh, your lips look
delicious
My brother will be there at the door - Waves upon a
tropical shore
My maiden aunt's mind is vicious - Gosh, your lips are
delicious
Well maybe just a cigarette more - Oh, never such a
blizzard before
I've got to go home - Baby, you'll freeze out there
Say, lend me your coat - It's up to your knees out
there
You've really been grand - I thrill when you touch my
hand
But don't you see - How can you do this thing to me
There's bound to be talk tomorrow - Think of my
lifelong sorrow
At least there will be plenty implied - If you caught
pneumonia and died
I really can't stay - Get over that old lie
Para guardar no blog e deixá-lo com um tonzinho a mais de jazz melancólico de abandono. ;)
'A Aracy, minha mulher, Ara, pertence este livro'.
Quem precisa de pais quando se tem a edição nova do 'Grande sertão: veredas'? Nesse ponto, eu poderia fazer lista das coisas que o livro substitui, mas não cabe, apenas.
Rá, adoro comemorações, datas importantes. Esses cinquenta anos levaram à exposição no Museu da Língua Portuguesa [e a tudo aquilo que chamaram, enquanto eu andava, de 'se divertir lendo Guimarães, nem para as poucas pessoas que conseguem isso, realmente']. Levaram, também, àquela noite de leitura com José Celso, Arnaldo Antunes e Mindlin [a qual eu, sinto em dizer, não pude ir]. Levou ao livro com dvd. Levou a todas as milhares de reportagens sobre Guimarães na Folha. Levou o Antônio Cândido a gravar um cedê com músicas do livro. [www.folha.com.br/063491]. Levou àquele monte de coisa no SESC do Carmo. Está me levando à Letras. Vai guiar meu TCC, provavelmente [sim, eu sou jedi e consigo relacionar Guimarães com publicidade].
Tá, não vem ao caso. Vem, sim, meu mapa de viagem. Hum, começando por Cordisburgo e vai, vai, vai até Canudos.
Nossa, eu conheci um rapaz que foi, e que ficou olhando a represa, putíssimo. Ria dele, na fila para 'O Homem I' [ai, parou.], amigo do Jannerson, acho, era aquele que cantava todas as músicas da peça e tá, por ter ido quatro vezes ou mais em cada episódio.
'Odeio essa maldita represa.' Aham, todos nós.
Por que a Aracy pegou os dois sobrenomes? Ah, never mind. Hoje é dia de Glauber Rocha: 'O Leão de sete cabeças', 'O dragão da maldade contra o santo guerreiro' e, claro, e de novo, 'Terra em Transe'. Hum, tudo isso é coleção, tá. A Gábe é tarada e ainda precisa do 'Corpo de Baile'.
Levanta as mãos!
sexta-feira, dezembro 15, 2006
Mas não. Meu caráter temperamental não deixa e eu consigo ficar pior do que nunca, nesses dias. Comentei rapidamente com a Flora, hoje de manhã, em meio a novidades bem vindas, algo sobre o novo/velho problema. Não consigo, não consigo mais.
Vejo-me fraca e só uma, das pessoas de quem e esperaria, veio. O Raphael não demonstra interesse. Diz que me sente estranha, mas nada mais. Bleh, acostumei-me, quando meu avô morreu, a não esperar, a não sofrer. Forçadamente, desapeguei-me da sensação de que ele estaria sempre aí pra mim. A faculdade não deixa, ou mentira. O DAMED não deixa, ou não. Mais uma vez, imponho-me algo como um homem ocupado, sem tempo. Queria um bocado? Não, not anymore.
O problema aumenta enquanto ele não vem. Nada tinha a ver com ele. Agora tem? Não. Perco-me na vida a custa de aventuras. Tenho bebido e ficado até amanhecer andando pelas ruas. Não sinto peso, vem aquilo do que tenho passado aqui em casa, que não exponho. Vem aquilo que comentei com a Kika ontem, a respeito da falta de liberdade, e do sexo e a bebida terem se tornado algo tão meu que já não pesa.
Fortaleza virou uma disputa, agora, por direitos. Perco a reunião de planejamento. Perco vontade de falar. Afundo-me, a cada dia. Talvez seja isso o que afasta o Raphael. Maybe not, pensando que, se ele não ler o post, não fica sabendo de nada.
O Bruno disse que estou me desapegando, e que sente por isso. Disse, também, que o passado não deveria pesar tanto e que todos os dias na internet é chato. Não deveria ser, quando eu sentia arrepios nos braços a cada vez que ele entrava.
Ontem, na fazenda, vi que o pior era não saber o que ele estava fazendo naquele momento. Não, não por crise possessiva, mas pelo interesse enorme que tenho nele.
Há quantos meses, quantos meses sem carta? Quantos dias sem e-mails? Não fico online no msn, não quero esperá-lo mais. Saio, caminho, afundo-me em pensamentos. Meu relacionamento com ele? Discutimos algo e não temos perspectivas. Temos planos estabelecidos que me fazem sorrir, ainda.
Mas, não o sinto, não o sei, não o encontro. Sentir falta? Se fosse mais, afogaria-me em lágrimas.
É, eu tenho três datas no nosso relacionamento. Daqui a uns dias, seis meses sem você. Eu morro pensando no nosso amor. Que dá tudo certo, e que eu adoro meus ataques, sinto por você. Sempre me entreguei sem pensar, e que a saudade existe e, se vem, é tão triste, ver. Um jazz bonito, da mulher que adora e admira o homem, e que sabe ser fantástica, inteligente, fascinante, mas que não tem isso do amor. Agora? Um amigo em comum me receita um barman e te diz 'cuidado'.
sexta-feira, dezembro 08, 2006
Hoje quis desistir de tudo. Organizei uma mala, escrevi uma carta e peguei uns dinheiros. Iria para Paraty, provavelmente e com toda a vontade do universo. Eram quatro horas da manhã quando desci as escadas e caminhei até a rodoviária. Parei no frio anormal da região do lago e olhei para baixo. Chutei alguma pedrinha para dentro da água calma e sentei-me. Esperei, esperei, esperei o sol nascer. Desisti, e não foi por ninguém. Foi por mim mesma. Que, eu fujo por mim e de todo mundo. Se fosse, não avisaria ninguém.
Como eu quis, ah, como eu quis..Como eu devia, ah, como eu devia.
Nada de 'chega mais perto' e de 'diga-me, ou faça cara de quem..'. O Vinicius me ligou um bocado de vezes e ficou em silêncio em mais de 15 minutos dos 20 de ligação. Não consegui entender os motivos dele, mas ele dizia para que eu cantasse, resmungasse, assobiasse qualquer canção. Não quis, e partilhei do silêncio.
Hoje, ajudei, claro. Cansei-me mais. Não sinto vontade de sair mas irei. Não quero, não quero.
'Quanta cachaça na minha dor'.
Começa, semana que vem, uma vida profissional. Chato, chato. Depois disso, sei que não paro. Como dedicar-me, além mar? Como, se o funil estreita e as brechas de tempo somem, engolidas pelo vapor?
terça-feira, dezembro 05, 2006
'é tudo uma total insensatez'
Engraçado como as pessoas da minha sala aparecem no msn com nicks de ameaças de morte à Motter e de ódio aos trabalhos finais.
Serão três meses longe daqui? Não, eu não consigo mais. Certamente volto apenas para pegar o Praça da Sé e ir caminhar pelo Viaduto do Chá.
Domingo foi dia de Denis. Foi dia de marcar algo no MIS, sobre cangaceiros e depois resolver ir até o Ibirapuera aproveitar o sol fechados na Oca. Conversar, andar muito. Ouvi-lo falando do que ele gosta, pensar em como ele tem razão ao dizer 'eu gosto de pessoas que gostam muito de coisas' e da cara dele ao ouvir-me chamando-o de pegator e fazer alguma careta. E de todas as tentativas de fotografias da noite paulistana. E de ouvir do que ele não gosta, das pessoas lerdas e burras. Depois, tirar conclusões sobre como acho divertido ele falando um bocado, contando traumas [além de superá-los] de medo de chuva e ouvindo-me reclamar da aracnofobia.
Descobri que quero ser como ele em certos aspectos, conseguindo enxergar layouts de propaganda em todos os quadros do univeso e falar sobre como o filme da calçada engraçada seria utilizado em algum comercial ou filme.
Ontem foi dia de Largo São Francisco e debate sobre mudanças na conjuntura política, com a Jandira do PCdoB, o Beluzo da CartaCapital, o João Paulo do MST, o Ivan Valente do PSOL e o destoante Paulo Nogueira. Eu boquiaberta e a Cãmi entediada. Patrícia apresentando um milhão de pessoas do DCE com as quais eu nunca tinha tido contato [é, maldita chapa grande], caderninho com todos os papéis do mundo enfiados, anotações, Sala dos Estudantes.
E ah, tudo isso. E ah, mova-se. E ah, eu vou ser tão maior. Tanta vontade.
Marca italiano, e Táli no msn, e Marcha Mundial das Mulheres. Vinicius ligando e vindo aqui às onze da noite com cinco livros no braço e uma cara de bêbado e correndo para encontrar a Juliana.
Hoje. Enrolação, corre-corre, nervosismo. Decidi, do nada, ir para Batatais amanhã mesmo. Volto para São Paulo lá pelo dia 13, creio. Fico e viajo para Praia Grande. E há planejamento.
Outra aflição. Acho que a mãe do Rapha não conversou com a minha. Tá, menos chances de vê-lo. Não sei mais o que fazer. São quantos meses, cinco? Queria poder pedir mais, tentar e tentar. E minha mãe com planos de se fechar na fazenda, coisa que eu, uma mocinha de 19 anos tarada por barulho, não gosta tanto.
É, Toquinho, só me resta você. Fica para a madrugada?
sexta-feira, dezembro 01, 2006
Sabe, um daqueles dias que a gente tira com a máxima 'hoje eu descanso', mas na verdade, quase morre por não haver o que fazer? Pois foi o que houve por aqui.
Mas ele apareceu aqui em casa com um livro do Rubem Fonseca, uma garrafa de água quente com a cuia de chimarrão e um cedê do Max de Castro.
Claro, ele chegou revoltado com um bocado de coisas [como ele sempre aparece pra mim], resmungando e xingando milhares de pessoas. Olhei bem pra ele e foi um 'Cala a boca, Vinicius. Senta e fica quieto'. Ficamos, claro, duas horas discutindo política. Estranho fazer isso com ele, uma vez que a voz do rapaz assume proporções absurdas, o que sempre me faz quase desistir de discutir qualquer coisa com ele. Mas chega a ser divertido, ele quase não se move, apenas faz algum movimento com as mãos e grita, grita muito. Rá, engraçado.
Depois do chimarrão, tentamos, como raras vezes, falar de outra coisa. Falei um bocado do Rapha e ele do amor pela Juliana. Tentamos, depois, o assunto livros e tentei entender o por quê da combinação Fonseca+Castro. Ele mencionou que a música com o nome mais comprido ['A história da morena nua que abalou as estruturas do esplendro do carnaval'] era a minha cara. ['Rá, aonde, meu filho?'.] e que 'Agosto' soava a Gabriela. 'Você precisa associar as coisas melhor, meu caro'.
Foi-se há pouco.
[Tá. Nota estranha da minha mãe que acaba de me ligar. 'Ó filha, eu vou depositar uns cinquenta reais pro resto da semana.' 'Eita, mãe. É muito, põe menos.' 'Nah, vai comprar camisinha com o dinheiro.' 'Hein!?'].
Descanso, agora, depois da salvação do tédio. Quase final, só mais um reflecon, só mais um trabalho. Fim de filme, fim de provas. Batatais logo. Por longos três meses.
Aposto que, se eu fosse morena, eu ia ter milhares de músicas para mim. Droga, ser loira [ou quase] e branquela, é total chato. É, quando eu danço, acho, sinceramente, que lembro uma gringa que nunca se moveu.
quarta-feira, novembro 29, 2006
Confesso que, com meus recém completados 19 anos, sou leiguíssima no assunto. E às vezes nem é culpa de ninguém, só minha mesmo, que ontem, pela primeira vez, consegui ter algo indescritível comigo mesma.
Bom, eu falo sobre sexo com qualquer pessoa e acho o assunto interessantíssimo. E as pessoas gostam de falar comigo sobre isso. Consigo fazer a Jéssica dissertar longos minutos e a Jollies perguntar como funciona alguma coisa. Olha que na minha casa, a minha formação nem se voltava tanto para isso. Há liberdade sim [apenas para tratar do assunto, é.] E digo que quase cresci achando que minha mãe havia casado virgem. Rá, pressões, pressões. Se não fossem os livros. O Kundera e a lista para tirar sarro da minha cara com livros e filmes que eu não poderia ver. Mas que vi, graças à existência dela.
Entretanto, depois de ontem tive sonhos sobre pessoas demais em um lugar só. Olhava para a Kika e percebia que, apesar da curiosidade, não havia uma vontade maior do que a que eu sinto pelo Rapha. Bom, pelo histórico, se eu gostasse de mulher, talvez tivesse um bom número disponível para escolha.
Essa história da Kika é complicada. Algo de melhor amiga perdeu-se quando ela fez uma espécie de declaração semi-esperada, enquanto eu já estava com uma certeza a respeito do Raphael e nem saberia pensar sobre o assunto. Devo tê-lo feito há um tempo já, quando aquela ruiva colocou um papel no meu bolso de trás da calça jeans. Nada, nenhuma vontade, nenhum tesão, nada. E aquela frase brega, chavão, clichê: 'Eu gosto é de homem'. E, um 'oh ié, mon dieu' pro meu namorado.
Assim, é culpa do livro e do dia de ontem.
Agora, não havendo aulas e como eu não acordei pensando em sexo hoje, melhor estudar para o italiano, fazer esse trabalho maldito de fim de semestre e estudar para o Mick Jagger.
sexta-feira, novembro 24, 2006
Na verdade, eu acho que é porquê eu falo demais. Ou não.
E, por culpa do calor e do banho de água fria de meia hora, paro na frente do computador, sem movimento algum. Acho que, começar, trabalho, manifesto, pensar em manifestações novas. Se eu animo, han, dá algo errado.
Rá, e nunca mais rola um 'eu te amo', que eu sou namoradinha/caso/ficante/rolo, né. Algo sério demais, fica feio.
Um beijo da Olga Benário.
segunda-feira, novembro 20, 2006
Ontem, enquanto estava na cachaçaria, ouvindo alguém tocando Cordel, olhei pro lado e pensei no Rapha. Dessa vez, não foi uma vontade de ligar para ver se ele estava bem, foi de ligar por uma sensação mais forte, daquelas que causam tonturas. Procurei meu celular na bolsa e vi que o havia esquecido. Murmurei, então, para mim mesma, tudo o que eu queria dizer. Fechei os olhos e sorri quando vi a Bud voltando do banheiro.
Quando cheguei em casa, reli um bocado de e-mails antigos dele. Havia um sobre o Dragão do Mar, e um sobre um domingo, e um sobre confusões. Estranho, classificar escritos de março, abril, maio como antigos. Deveria classificar pensamentos de quatro anos atrás como antigos.
Sabe que hoje fiquei com aquela pergunta, o 'quem diria', de novo na cabeça.
Rá, deveria parar com o Chris Isaak, e toda a diversidade de músicas dele. Mesmo que, o estranho - ou não - seja o fato de haver um tema quase comum. Como o Zé disse? De 'I love but I don't give a fuck'. Ou 'I love you, but I don't want it'.
Diversão, claro. Saudades do Zé. Semi-eliminadas.
sábado, novembro 11, 2006
non te ne préoccupe pas. comme tu faite toujours.
De todas as vezes em que eu me apoiei nas meninas, ontem talvez tenha sido a mais forte. Engraçado, ouvir a Cãmi comentando alguma coisa sobre força e convicção deixou-me kinda torta. Confesso que fiquei sem saber que ação tomar.
Houve um ponto cego de sorte quando a Thais me ligou, dizendo que a chave do portão não funcionava e quando ela, finalmente, chegou aqui no apartamento.
Agora, sento-me no escuro, por raiva do sol que não se decide. Ficava pensando no filme de ontem, e em como o Almodóvar me surpreende, e em como eu tenho me esquecido. De tanta coisa, para dizer a verdade. Tenho apenas dó de mim mesma [e das meninas, claro]. De todas as minhas fugas forçadas, nada funciona. Ainda soa à Billie Holliday e pretendo livrar-me disso. Fugi de casa a semana toda. Desligo o computador para livrar-me durante uma semana de toda a espera e saudade.
Pobre moça, ainda tem um tom artificial daquele sumiço forçado que a Ana mencionou.
São festas todos os dias. Volto, hoje percebo com toda força, ao que fui enquanto namorei o Théo e o Vinicius. Rá, este último? Irritam-me as frases soltas de 'eu sou louco por você', 'volta pra mim', 'eu mudei'. Percebam-me, senhoras e senhores, certas pessoas não mudam. Apenas tenho vontade de responder com um 'só se eu puder beijar alguém na sua frente. hijo de puta'. Não digo nada. Não sinto pena. Talvez até queira fazê-lo sofrer. Alguém me disse que isso só funcionaria com uma esperança [claro, é a inimiga humana]. Sinto em desapontar, não funciona enquanto se tem certos sentimentos por outra pessoa.
Conheço pessoas tristes e uma delas, o Bruno, mencionou que fico bonita assim. Olhei pra baixo e ele viu alguma coisa. 'Não. Você fica mais bonita falando, dissertando, gritando, rindo. A tristeza é fascinante no seu rosto, mas o sorriso talvez seja melhor'. Depois, mencionou o 'não desaponta quem te vive'. Espirrei nessa parte e perdi a concentração da conversa, deixando-o sozinho no bar. Como sempre.
Toda a passividade, mon dieu. Forçando crenças na distância.
quinta-feira, novembro 09, 2006
Saiu do banho e enxugou-se, lentamente, ainda com a atenção voltada para os sangue que agora secava em seus pés. Abriu o armariozinho do banheiro e pegou band-aids. Caminhou para fora do banheiro e sentou-se, nua, na cama. Encostou a cabeça em um joelho e fez, lentamente, os curativos nas pernas. 'Estabanada'. Viu que a janela estava aberta, e que o velho do prédio ao lado a observava, satisfeito. Levantou-se, injuriada, mostrou a língua e fechou as cortinas.
A preguiça para trocar de roupa era maior, o que fez com que ela colocasse apenas uma calcinha e desistisse de algo mais, afinal, o ar parava com tanto calor. Deitou-se na cama e fitou o teto branco. Claro que a demora de alguma palavra dele já havia se tornado insuportável. Não quis acreditar que chorava e enxugou as lágrimas violentamente. 'Ele não me merece'. Passara a semana toda repetindo por quês e não havia tido resposta alguma. As duas mais constantes perguntas repetiam as palavras valor e desgaste. Achava que o pior de tudo era continuar acreditando que era linda, inteligente e fantástica. Isso não bastava?
Virou-se e quis suforcar-se no travesseiro, sentindo apenas o gosto salgado das lágrimas que ainda teimavam em cair.
Algum impulso de raiva, dor e cansaço e o grito de 'chega' a fez levantar-se e colocar um vestido preto, aquele com a fenda. Cobriu os olhos com lápis escuro, a boca com algum batom forte e soltou os cabelos. Sairia sozinha. Cansara-se de esperar por ele, cansara-se de dor, cansara-se de descaso e negligência.
Abriu a porta do apartamento com força e decidiu descer os cinco andares de escada.
Enquanto descia lentamente os degraus e balançava os cabelos com desantenção, tropeçou em alguma coisa. Alguma coisa, não. Em alguém. Um rapaz que lia alguns papéis repletos de escritos à mão.
- Nossa, ai, desculpa, eu não te vi aí - dizia, rapidamente, enquanto mexia os braços em movimentos repetidos.
- Não, imagine. Tudo bem.
- Ah, machucou? Nossa, que desastrada.
- Mas, claro que não. E quem me dera que um belo par de pernas como esse tropeçasse em mim todos os dias.
Ficou desconcertada. A última coisa que esperava naqueles dias era um elogio. Não conseguiu dizer nada.
- Poderia me dizer qual é seu nome?
- Ah, ahn. Claro.
- E, qual é?
- Ah, desculpa. Cecília.
- Prazer, Gustavo - disse, enquanto apertavam as mãos.
Ela não saberia como se portar diante daquilo. Deixara de perceber outras pessoas por causa dele e até mesmo a evitar e desgostar de cantadas. Repensou e viu que, no fundo, não passava de auto-anulação.
- Então, eu estava aqui lendo alguma coisa, mas a atenção foi cortada e, sabe como é, né. Quer, erm, tomar um café ou algo assim?
- Ah, descul.. - e cortou a palavra antes de terminar. O que estava fazendo? Conheça o rapaz, saia com ele, distraia-se, esqueça-o - ah, claro!
- Que bom, que bom. Tem um barzinho aqui perto muito bom.
- Claro, vamos, sim.
Desceram as escadas e sairam pela rua. Ela não sabia o que estava fazendo, ainda, apenas coninuava a andar. Sentia raiva, vontade de fazer algo que o fizesse reparar nela, perceber que nem tudo era tão garantido como ele imaginava.
Talvez até fosse, e ela sentia ódio pelo amor que não conseguia fazer diminuir. No bar com o recém-conhecido Gustavo, não cortou as indiretas, deu o telefone e não teve peso na consciência. Quis estar em casa e ter alguém que ligasse para ela, mesmo sabendo que iria, imediatamente, negar qualquer convite que permitisse um avanço maior do que uma saída como amigos.
Deixou que ele beijasse sua mão e entrou no apartamento, sorrindo por ainda ser interessante para alguém. Não sentia-se mais feia e esquecida. Deitou, novamente de calcinha, em sua cama e não ouviu quando ele chegou e deitou ao seu lado, sem dizer uma palavra sequer. Virou de costas e sentiu que ele percebeu algo errado.
Sua maior satisfação foi tirar as mãos dele de sua cintura.
- Estou cansada agora. Quero dormir.
sexta-feira, novembro 03, 2006
Acabei acordando ontem depois de ter dormido durante 12 horas. Pensei no quanto estava cansada e no quanto eu deveria parar com certas coisas, como ficar saindo durante a semana ou dormir com meninas que falam tanto quanto eu.
Depois do almoço, parei na Teodoro em uma tentativa diferente de pegar um ônibus ao invés de um metrô para ir à Paulista.Optei, logo em seguida, pelo mais rápido e subi até a estação, encontrando a Cãmi já há 15 minutos esperando.
Dani e Du logo depois. Comprar ingresso para o filme. Dani e Du almoçando. Esperar a Mupy chegar.
O divertido foi, quase saindo do Center 3, a Dani dizer algo sobre como estava escuro do lado de fora. 'Vou lá pegar guarda-chuva'. É. Chovia como eu nunca havia visto ao andar pela rua. Sandálias acabadas, tênis encharcados, todo mundo rindo e gritando como boas ecanas+mackenzista.
Até o CineSesc foi uma odisséia. Mas entrar no cinema e ver aquele piano na elevação perto da tela fez todo mundo se animar. 'Histórias tenebrosas', filme alemão, mudo, de 1919. O homem do piano [Paulo Braga, improvisando de acordo com as imagens, claro.] sentou-se e a tela mostrou algo sobre o filme, sobre censura e sobre partes perdidas. Foi um dos filmes mais interessantes que eu já vi em toda minha vida e digo sem pestanejar. Ah, além de tudo? Irônico. Muito. A platéia ria um bocado e o filme tinha certos efeitos absurdos [mas que a gente ainda defende pela época de filmagem].
Ah, como ele começa? Um homem louco em um sebo, manda todo mundo do local embora e fica pulando pulando, apagando a luz logo em seguida. Os três quadros, claro, movem-se: uma mulher [estranha, estranha e estranha], um homem muito alto e muito magro e um outro mais gordinho. Claro, vestidos como mortos or something. Then, folheiam os livros e é quando os contos são mostrados. São cinco. 'A aparição', 'A mão', 'O Gato Preto' [sim, esse mesmo], 'O clube dos suicídas' ['morreu de susto' ;p] e 'A Assombração'.
Experiências únicas, eu pensava quando o filme acabou e aplaudimos o pianista em pé.
Outra coisa? um dos atores do filme é Conrad Veidt. Isso, ele mesmo, do Casablanca.
Depois. Casa da Dani, caipirinha de saquê, pizza e, obviamente, conversas sobre sexo. Tarde para mocinhas irem sozinhas para casa, a Cãmi dormiu aqui. Das 22:00 às 3:00. Eu nunca havia conversando tanto com ela e sobre tanto e tudo o mais. Certa de que ela é impressionante.
Just now, ela levantou antes de mim, arrumou a cama e foi embora..
Segundo ela, eu preciso arranjar algo que fazer.
Claro, além de ler, textos da faculdade e trabalhos.
Arrume um empregou ou prostitua-se.
terça-feira, outubro 31, 2006
Eu juro que tentei não esperar por carinho.
Recebi algo, palavras do Luquinhas de Batatais [parte estranha do dia], mensagens, um telegrama e um telefonema do Bruno.
Toda a força que existe exala do meu corpo, em um sorriso ou em uma piada infame. Mas aquele nó na garganta, com vontade constante de chorar, fica. Esperei uma resposta de e-mail, esperei um telefonema, esperei presença [que eu tive quando tomei uma iniciativa].
Há a falta de tempo de todo mundo e eu não sei discutir, muito menos sinto vontade para tal. Não quero me mover e ainda tenho forças para abrir dois livros grossos de xerox da faculdade. A conta de telefone me preocupa e eu não ligo mais. Minha mãe fez uma piada no telefone, depois que o pai dela morreu. A Thais me fez ficar com dores na barriga de rir da cara que ela fez quando viu minha cueca, ontem. A aula do Leandro fez-me bem. O calor do ônibus tirou tudo o que eu estava montando de ânimo para o dia.
Ainda há a esperança de me divertir no Zeca Baleiro hoje. Mas há uma maior vontade de me esconder até que ele se mova para me procurar.
sábado, outubro 28, 2006
Não nego contentação, claro. Gosto disso, depois de ter ouvido enquanto ela reclamava por achar que nunca encontraria alguém.
Mais tarde, ahn, pinacoteca e tal. A meta por lá era ver o conjunto do León Ferrari que, claro, defino toscamente em uma palavra: impressionante. De toda a inteligência dele, impressionou-me a força e as respostas. Gosto imensamente de coisas parecidas, como o que o José Celso ou o Cordel fazem.
Havia, também, uma exposição com fotografias de sertanejos e do nordeste. Enquanto o namorado da Dani seguia em um raciocínio prático, eu continuava enrolando-me na religião e nas explicações dela. Or not.
Almoço no mercado municipal e caminhada de volta para o metrô.
Longos vinte minutos de cansaço e vontade de hibernar. Não feito ao chegar em casa, quando deparei-me com uma carta do Rapha debaixo da porta, escrita em inícios de agosto. Pensei se ele precisava de mim como disse há dois meses.
O começo de resposta fez-me ver que eu não aguardo réplicas, mais. Foi um costume criado em um tempo longo de espera.
Tentei entreter-me colando alguma coisa na caixa em que guardo as coisas relacionadas a ele. Há anos eu não sujava as mãos de cola pré-escolar e não ria ao cortar alguma coisa com uma tesoura. Bleh. Sem tristezinhas criadas por ligar tudo ao que meu avô tem ou ao tempo que não leio algo que me fizesse sorrir.
Julguei-me maior que tudo isso. E ri de algum programa na televisão.
quinta-feira, outubro 26, 2006
Quando eu só tirei o dia para deitar na cama e olhar o céu azul, pela raridade de acontecimentos do tipo em São Paulo; coloquei os fones e havia o cedê daquele filme divertido com músicas que, provavelmente, ninguém mais escuta. Com 'what would I give for just a few moments' e afins. Tocava 'That's the way' também.
Fiz, pelo amortecimento causado por uma série de tiny little things. O dia regado à cerveja de ontem, todas as discussões no bar/padaria da Fradique, as perguntas sobre mulheres para o rapaz que servia mesas. O anoitecer com alguma música interessante, o pub e o garçom. Mainly, o senhor que foi dar a aula de hoje. Fiquei incomodada pela linha de raciocínio cética dele. Claro, acabo de sentir o que era de verdade e de começar a defender uma posição sobre o assunto majoritário nas aulas do Waldenyr. Ou não.
Han, incapacidade mental chega a dar dó.
Segurando, até. As usual. Eu só quero discutir e aquela coisa sobre a qual queríamos conversar ontem.Minha mãe começa a desistir de janeiro. Eu começo a desacreditar.Sabe aquela sensação de desmoronamento, paulatino, latente?
Weird. Vontade de morrer. Just now and for a second.
segunda-feira, outubro 23, 2006
sábado, outubro 21, 2006
Hoje foi dia de conhecer a Flora.
Encontramo-nos à 13:30 na escadaria do Objetivo da Paulista. Mal cheguei e ela me reconheceu, vindo e falando um oi que me acalmou um bocado.
Da Paulista, andamos até o Ibirapuera. Durante o caminho? Nenhuma das duas calou a boca. E, sinceramente, foi impressionante o modo como acabei sentindo-me à vontade para falar. E sobre tudo.
Do parque, ficamos andando um bocado, e demos uma volta antes de ir de fato para o prédio da Bienal.
Para marco, à qual não prestei muita atenção, era uma pessoa nova falando e falando, e a Bienal fica um bom tempo por lá.
Depois disso e da coca-cola, sentamono-s em algum banco no meio do parque. E falamos mais e mais. Ainda sobre tanta coisa que não imaginei contar, ou ouvir. Ainda sobre o maior assunto em comum, que é meu atual namorado. O estranho era sentir-me como velha amiga dela, tamanho o sentimento de liberdade por lá.
Torci o nariz para uma associação de acontecimentos que fazia, depois que peguei o ônibus de volta para casa. Não entendi uma série de coisas que aconteceram ao mesmo tempo, ou a facilidade.
Senti uma vontade imensa de ter vivido mais com o Rapha. De ser maior e como sempre.
Eu quis, novamente, saber discutir e ser inteligente.
De resultado? Quis ser um fato lembrado. E a Flora é uma pessoa fascinante. De verdade.
quinta-feira, outubro 19, 2006
Mas de gripebarradordegargantebarradoresnocorpo.
É, depois que a Mari ligou e mencionou que eu podia ter pêgo o tal do rotavírus, ficou tudo mais claro. E um pouco mais dolorido.
Dolorido? É manha, actually. Nada como morar sozinha e choramingar para seja lá quem aparecer dando uma palavra de apoio.
Isso sim é besteira. 'Ai socorro, eu tô morrendo', ou algo parecido.
Hum. Eu descobri que o Blen Blen é todo bonitinho para abrigar o tal do Baile do Baleiro. Vai ser um divertido dia 31, repleto de tentativas de esquecer o Cordel que eu perdi.
Daí, eu reli o que escrevi e é tudo tão confuso. Talvez algum dia eu consiga justificar escritas estranhas com personalidade temperamental. Just to good to be true, right now.
Tá. Do dia? Eu e a Dani passando mal de rir da piada do Waldenyr sobre a Assolan e o Bombril ['assolando o império do bombril], enquanto ninguém achava a menor graça. Teve eu escorregando na alça de alguma mochila e quase caindo no meio de uma sala de 50 alunos. Tá, levei tapinha no ombro do professor, enquanto ele murmurava 'boa'.
Ah. Tem o Juanito, tentativas de viajar, Mari em janeiro e Lih reclamando que o rapazinho mora longe [por morar em São Bernardo]. 'Lih, você não tem noção de distância. O que você sente de saudade em cinco dias, eu sinto em dois minutos.' Ela respondia que havia uma certa falta de sentido no que eu havia dito. 'Nah, nem tanta. Pega um ônibus, vai até lá e pega na mão dele. Só.'
Que vontade de murmurar paixão e pornografias ao ouvido, para variar e esquecer que o faço para o teto ou para telas de computador.
Oh ié. Logo, logo.
nonada.
domingo, outubro 15, 2006
abri e msn... e vi vc online... ae kis desabafar... naum falei nda ainda pra ng...
Quando eu percebo que alguém gosta de vir conversar comigo, eu fico bem feliz. Talvez tenha sido pelo ocorrido de ontem, sobre a Jollies chorar em silêncio, agarrada ao meu braço com uma força sofrida. Perguntei o que ela tinha, mas ela sacodia a cabeça e continuava a chorar aos soluços. Pensei em perguntar de novo, mas, pela primeira vez em um ano, não me senti a vontade. Percebi que não éramos como antes e que nem poderíamos ser.
Bobagens, Gabriela. Poderiam ser, sim. Você deve tê-la perdido em algum ponto egocêntrico seu. Dei ela para uma menina de 17 anos, cuja imaturidade me incomoda, ainda. Para outra de mesma idade, mas com cabeça para crises de ciúmes enquanto segue o namorado de carro pela cidade. Hum, frases que denotam sentido de mãe? Não, seria o sentido de 10 anos de amizade? Qual a razão da minha paixão por ela?
sábado, outubro 14, 2006
De toda a vontade de escrever, a maior foi a do filme que eu acabei de assistir. Tá, confesso que demorei tanto quanto demorei pra ver 'Madagascar', mas ainda conta pontos. 'Os senhor das armas'? Ié. Nicholas Cage com aquela cara sofrida e todo calmo enquanto mantém-se no posto de homem politicamente incorreto. Identificações, sim, eu sei. Para nós, publicitários, que 'matamos' mais pessoas do que as armas de fogo, cigarros ou bebidas matam. Nós, que mantemos escravos passivos desde os primórdios do capitalismo. Nós, que fazemos pessoas adquirirem doenças praticamente incuráveis, como o consumismo ou o acúmulo de dívidas, além da inveja e do medo.Talvez eu só tenha ficado pensando por identificar-me um bocado com filmes desse tipo, nos quais ditos 'homens maus' dão-se bem, como no 'Obrigado por fumar'. Ainda julgo ter uma esperança de defender minha profissão com argumentos plausíveis e persuasivos. Fracotes, nós, causadores do consumo em massa. Fracotes? Repito, vencemos. Por cansaço ou inteligência? Se formos julgar-nos inteligentes o suficiente, seria egocêntrico e pior para nossa profissão. Se julgarmo-nos 'exaustivos', somos um bando de fantochezinhos do so called sistema. Tá, por mais que digam que os consumidores sabem selecionar a propaganda na contemporaneidade, just a bunch of bullshit. Trata-se de saber aonde cutucar. God bless the briefing e tudo a que chamamos de 'público-alvo'. É fácil ser publicitário. Poderia jogar aqui que é 'apenas' deixar valores [morals are for little people?] de lado? Afinal, ainda temos 'Ética Publicitária' às terças-feiras.
Os textos do Leandro não conseguem fazer com que eu defenda a Publicidade sem apelar para o livre-arbítrio. Faço algo que dá peso na consciência? Not yet. Sou crua demais. Mas sei e entendo. Há um certo poder, do qual não sinto o gosto, mas vá lá.
Não sei nem que posição defender no assunto 'indústria cultural'. E odiaria fazê-lo com tão pouco conhecimento.
Just. Gotta think better.
sexta-feira, outubro 13, 2006
Minha mãe me repreendeu com feições duras quando eu parei a fitar o vazio, sem reação e com os olhos molhados. Isso, na casa do meu avô, ao lado dele na mesa da sala de jantar. Culpa alguma, disse pra ela depois. Afinal, aquela casa tem ares de avó pra sempre. E, depois de um ano sem passar mais de dois minutos por lá, fez-me falta. Acho que me vi correndo pela sala e lembrei do dia em que escorreguei e bati a cabeça no vidro da porta que separa o alpendre. Lembrei-me das férias, quando vinha do Sul ou de Sumaré passar dois meses.
Não quis guardar dele. Respeito por minha mãe e meus tios? Hum, ela não quis marcar a passagem agora. Tem medo de algo acontecer com meu avô. E, tem a minha participação em toda a história.
O medo passou? Talvez, ele só tenha se misturado com a aflição de vê-lo com o branco dos olhos tornando-se amarelo.
segunda-feira, outubro 09, 2006
A sensação de desencontro que ele me passa é monstruosa. Sensação de estar perdido enquanto mexe as pernas insistentemente. Vontade de saber sobre o que ele escreve, ou tenta escrever.
De resto? Tenho gostado de me espalhar pela vida, mesmo que não tenha estudado com tanta frequência. Diferentemente do Rapha, eu já sei que sou apaixonada por Publicidade, só não me esforço pra aumentar alguma coisa. Deveria ler, mas eu sinto que Lippmann ou Adorno não ajudam tanto no que eu quero, por mais que eles seja bases teóricas imprescindíveis.
Eu quero um estágio foda. Eu quero ir logo pra essa IULM, ver, né, se consigo.
O que mais? Hoje, quase não vim pra faculdade, por vontade de dormir. Pensei que o Eneus não tem dado aula, e as orientações de grupo são infinitamente inúteis. Perderei a aula da italiano por causa do estágio, que anda meio estagnado. Sem idéias monstro pra algum nome decente. Sinto em dizer, mas eu converso tanto, e o estágio passa tão rápido. Talvez, se eu fizesse os outdoors...
Vontade de me mudar, ainda. Mas, pra onde?
Meus planos de república desaparecem, mas eu ainda moro com o Guto.
Só pensando em como será se ele algum dia voltar a me visitar em São Paulo.
quarta-feira, outubro 04, 2006
almost blue.
Primeiro? O que foi aquilo entre eu e Rapha? Whatta hell was I thinking? Em ambas as situações. Tive sorte com a Lih e com a Nutella, as cervejas e o Chapinha. Claro, depois da pior tarde em meses. Só consegui grudar no sofá e chorar e olhar pro vazio. E não sei por quê estou contando isso se ainda queria esquecer.
Bom, agora? A começar pela Thá, e por tudo o que ela tá vivendo e por vir falar comigo. A toda a confusão que o relacionamento dela e do Rafa criou, eu acho que assisti. E eu senti pena por ver a pessoa forte e inteligente que ela é, desacreditar de si mesma. Toda a vontade que eu tive foi de dar um soco no Rafa por ele ter disperdiçado assim.
E teve a Lih e o mineiro dela. E todos os choraminhos no msn, por sentir-se uma pessoa amarga. Eu ria enquanto dizia pra ela e pra Tha o quão fria eu era, que talvez eu até me sentisse bem, mas que é triste tornar um relacionamento em pequenas conversinhas. Acho que mencionei o tornar de amizade que me fez terminar com o Théo [além da falta de tempo e de paciência para as crises de ciúmes]
A Ana Amélia terminou um relacionamento de três anos com o Thiago dela. Por telefone, depois de ler um e-mail de uma garota que estava com ele há um ano. É, ela 'dividiu' o Thiago por um ano e a filhadaputagem foi mór.
Porra.
Pra completar: meu avô está muito doente. O irmão dele falava que ele poderia ter qualquer coisa nesse ponto desde cirrose à câncer de pulmão.
E agora? Eu sinceramente não sei o que faço. Eu fico perdida quando se trata de algo de família. Minha mãe fica mal e está triste, dizendo que estão matando o pai dela. Vide, Beth [a namorada] e a tia Bia [a outra filha dele]. Por mais que meu avô tenha sido estúpido, sinceramente, eu desfaleço diante de notícias assim. Vontade de fugir pra Batatais e me sentir protegida de tudo pela minha cama. Vontade de morrer na minha casa. Vontade de esquecer do mundo. E toda aquela coisa de fugir pro Rapha.
Mais alguma coisa? A mocinha ficando fria e sarcástica, de novo. Bom pra mim, ruim pras pessoas.
E, novamente, exercícios gigantes de criatividade hoje enquanto líamos o pré-roteiro da Lourdinha.
Nasci pra Publicidade, definitivamente. Aliás, outro estágio na Júnior. E levanta ego.
terça-feira, outubro 03, 2006
Ter, talvez, da namorada.
- Não.
- Vai, fecha. Deixa eu beijar teus olhos.
- Não.
Enquanto a prima lia alguma coisa deitada em seu colo, Carlos passeava as mãos pelo cabelo dela. Os dois, agora com dezessete anos, passaram a infância toda juntos. As mães eram irmãs. Falaram juntos, estudaram juntos, beijaram juntos. Qualquer desejo ou vontade era exposta nos corriqueiros e longos diálogos. Conversavam muito, sempre até a madrugada, deitados na grama do quintal do casarão da avó. Foi ali mesmo o primeiro beijo dos dois, aos doze anos, assim como todas as outras primeiras vezes nos outros anos.
Era uma madrugada de um sábado perdido no meio das férias de inverno e Carolina usava um vestido de verão. Carlos a achava cada vez mais linda e perdia-se na confusão de sangue e família. Como explicar para a prima? Há dois anos, comaçara uma paixãozinha que tornou-se mais forte que ele. Ele próprio a definiria como doentia, no presente momento. Era como ir de Mozart a Wagner, de Gaarder a Coetzee."
Tá. Eu achei isso nas minhas coisas e preciso terminar.
Ou não.
Alguém duvidava disso?
De novo, I'd go gay for Scarlet J. A thousand times.
segunda-feira, outubro 02, 2006
Quando você realmente parar pra pensar o que é fazer parte de um relacionamento, vai se lembrar de mim. Talvez sinta falta e imagine como seria ter-me sempre por perto. Ou, vá considerar que não teria funcionado, que eu não servia. Talvez até mesmo perceba que eu morri mais de amores do que você. Mas, acima de tudo, vai perceber que poderia ter valido a pena manter-me ali, como algo reservado pra um momento propício.
Mas, a bem da verdade, isso tudo passará pela sua cabeça durante dez míseros segundos. Alguém te puxará pelo braço e se mostrará a você como a pessoa mais fantástica que jamais caminhou por entre os mortais."
De quem é isso? Era da Lygia?
domingo, outubro 01, 2006
Talvez por acabar de acordar e não querer, ainda, subir aquela rua enorme pra chegar à escola onde eu voto.
Ou porque eu ainda fico esperando e esperando.
Bullshit.
Ontem foi o Bruno, o merecedor de abraços.
Naquele bar esquisito das máquinas de pinball e de todas as apostas de cerveja e coisinhas para se beber em um gole só.
E todas as risadas e tal. E eu descubro como sou boa com aquelas máquinas.
Por sentarmo-nos em um canto escuro e conversarmos. Ele me entregou algo que dá em quatorze cartas escritas lá de Minas, com aquela escrita gostosa de ler que ele tem. E o doce [tá. gorda], e as fotografias, e aquela pulseira que ele aprendeu a fazer. Por ele me passar uma sensação de importância fantástica, ou me fazer parar de pensar um pouco, dormi bem. Foi uma espécie de necessidade que ambos criamos em uma distante sétima série?
Houve, ainda, a compra [não caro, não caro, não caro] daquele outro dvd do Led, completando com o 'The song remains the same'. Agora? Madrugadas não-solitárias com direito à Plant.
Chega.
sexta-feira, setembro 29, 2006
when I grow up, I'll work with advertising.
Tá. Tem um video com um monde de pirralho falando frases divertidas sobre publicitários.
Daí, na verdade, em Batatais e doente.
Eu só queria..
Nada. Deixa pra lá.
Minha mãe tem dito coisas. E eu fiquei triste com isso.
Mas não.
Só ter força. Dos dois lados.
terça-feira, setembro 26, 2006
E guarda rancores e amargo na língua.
E guarda rancores e amargo na língua.
Daí, minha mãe disse que era impossível que eu ficasse todos os dias da minha vida querendo o que me desse prazer e a mais ninguém. Ela dificultou um pedido e eu aceitei, sem argumentar. Não sinto mais vontade. Só deixo passar pra um dia poder voltar e fazer com que vire pó, de novo. Daí, sigo fria e sem emoções. É o velho esquema calculista que tem aparecido com uma freqüência inimaginável.
Na verdade, foi tudo culpa de uma percepção. Outra verdade? A atenção não era minha. Era de outras. Oras, Gabriela, você sabe e tem toda a certeza, não? Pois claro, talvez seja um dos motivos por eu estar me escondendo e deixando a língua amargar. Por achar que nada me merece.
Daí, abro o conhaque e esquento. E divirto-me lembrando a noite de ontem. E claro, teve a parte de ficar duas horas e mais deitada na cama com as pernas na parede, com a companhia da Lu. De ver o quão inteligente ela é, e toda interessada. Ela deve ter me deixado falar demais, o que nunca é bom, inclusive pedindo uma lista de filmes que eu ache que ela deva assistir. Mas eu gosto de contatos aos poucos com determinadas pessoas da minha sala de Publicidade. E ela é toda neutra em qualquer situação política, e consegue sê-lo com argumentos diferentes dos que eu já ouvi. E tem o detalhe de ela se interessar pelo assunto, yet.
Senti raiva. Senti vontade de jogar o computador pela janela do apartamento. O dia todo e todo o dia. Sem paciência mais pra trabalho do Gino e pra Lula. Sem mais ânimo pra nadar em uma piscina moderadamente aquecida em uma tarde de 17º.
Um telefonema que considero ter demorado um tempo considerável, apesar de a obtenção do número ter me parecido estranha. Consequência? De novo, 'crise' de elevada auto-estima.
sábado, setembro 23, 2006
Sua foda.
Ontem resolvemos um happy hour de manhã ainda, quando estava todo mundo na frente da ECA [é, o todo mundo somos eu, Mari, Lih, Té, Mar, Mupy e alguns transeuntes alegando atraso].
'Ah que lindo, vamos nos encontrar no Center 3 e tal. Seis horas, blá blá blá.' Fora todos os tipos de comentários inteligentes sobre como alianças dão medo, ou não.
Aula, seminário sobre marketing pessoal analisando Xuxa, dia todo tentando ler alguma coisa do Kotler, mas havia a tal preguiça que tanto me tem dominado.
Quinze pras seis, sai de casa.
Center 3, Mari e Lih, com direito a pessoas ricas e a gargalhadas enquanto o babaca das Casas Bahia passava com a namorada [é, no estilo, 'corre atrás dele e pede pra ele falar "quer pagar quanto?"']. Resto de meninas e Marcello.
Caminhadinhas pela Paulista lá pelas sete e o tal barzinho-perto-da-Cásper. Olhares sedutores para o metri falso para conquista de mesas duplas. [homens faceis. ¬¬]. E senta, e chopp, e ri, e chora. E mulheres são tão interessantes, ainda que pobre dos dois únicos homens, depois aliados ao Marquinhos-finalmente-conhecido da Jé.
Isso tudo não vem tanto ao caso.
Vem o momento em que eu senti algo escorregando das minhas pernas e nem me toquei. Só quando acordei já, hoje, dia 23. 'Cara, cadê minha carteira?'. Aham. Perdi. E, burra, com TUDO dentro.
7:00 da manhã. liga desesperada achando que minha mãe vai poder fazer algo.
7:30, corre pro bar. Nada, um bando de negligentes.
8:30, come alguma coisa.
9:00, liga pra cancelar os cartões.
9:30, tentivas de fazer B.O. pela internet.
10:30, corre pra delegacia da Deputado Lacerda Franco.
11:30, almoça chateada.
12:30, liga pra Poupatempo e afins. Anota todos os documentos necessários para futuras segundas vias.
14:00, caminha caminha caminha. Blusa do Rapha. Tampa de mamãe.
16:00, SCRAP NO ORKUT DE ALGUÉM QUE ESTÁ COM A MINHA CARTEIRA.
16:10, pulos pulos 'cara que sou a maior sortuda do universo!'
16:30, pega carteira e leva bronca do rapaz. =P
17:00, 'cara, eu so jedi.'
Porra. Coméquepode?
E ainda, absurdos por mim.
Por medos, por ele não achar mais que vai ser pra sempre.
E por ser isso o que me fazia sorrir pra sempre.
O banho faz-me pensar.
Como eu posso sempre estragar tudo?
sexta-feira, setembro 22, 2006
Poderia odiar a toda a negligência do mundo, mesmo quando eu tenho desejos de sê-lo mais do que qualquer outra coisa.
Talvez a Tha tenha razão. Mas quando duas datas se confundem, era aquilo de positivo mais negativo, Cãmi?
Um dia o Deivis cansou, no outro foi a Jollies, depois será minha mãe.
Se todos fizessem isso, eu seria como o que aquele escravo do Justus disse, sobre toda a incompetência.
Falando nisso, alguém consegue me apoiar no odiado julgamento?
Bruno, pro senhor que vem toda vez, recebi. Bleh, precisava de qualquer escrito seu, e os cartões são meio fantásticos. Se pudesse, dividia.
Estudar Gino, estudar Gino.
Ou não. Dormir.
Vá. Dá-lhe e mil vivas. A todos os bares da noite paulistana. A todos os que sabem falar em público [ficando assustada com o Rafael e toda a eloqüência dele]. A toda a minha paciência e forcinha mal feita.
Se o egocêntrico do Olivetto tivesse tocado no meu braço também, talvez eu tivesse adquirido algum poder mágico.
TPM. horray. \o/
É quando eu posso fazer o que quiser, usando alguma desculpa esfarrapada. Nah, não funciona a longo prazo.
quarta-feira, setembro 20, 2006
Talvez fosse por toda a solidão que, gostosamente, tenho enfrentado.
Além disso, descobri que nada me deu mais prazer do que ouvir as velhas expressões que dizem na natação. Era aquilo de tiro, de 1x4, de seis chegadas de 1x5 sem parar.
Não senti mais falta. Quis dedicar-me a mim.
A partir de hoje, anulem-se de minha existência.
Não digo mais nada e não reclamo.
Odiando, segundo a Lourdinha, tornar-me um pseudo exemplo do bom humor diário.
Ridículo. Eu nasci pra emoções descontroladas.
quinta-feira, setembro 14, 2006
Sorri ao pensar na expressão do meu rosto de alguém me visse digitando uns três dáblios e um jóta. Ainda dá tempo de correr e encher os bolsos com aquelas balinhas que acabam com os dentes? E tá, eu tive o maior prazer em comprar um saquinho delas. Lá se vão os dentes.
Iei. Sorrindo por outros motivos, também. A Thais, tá toda segura de si. A Dani tem conversado comigo com uma freqüência que eu penso em dizer adorar. O Marcello também tem-se mostrado uma pessoa cheia de argumentos pertinentes e teimosos.
Consigo, ainda, sorrir ao pensar na prova de amanhã e na minha facilidade em julgar o Marketing algo cheio de fórmulas prontas e dispostas a serem aplicadas em um mercado dito confusíssimo a qualquer momento.
As aulas de teoria da comunicação têm me feito bem, ainda mais, em dizer algo daquele rapaz que corrigiu o professor pra mim, em uma conversa particular-longe-de-salas-de-aula, dizendo que o Adorno morava como refugiado nos Estados Unidos, e não na Alemanha dos padronizados e pseudo produtos da cultura de massa.
Senti falta do Bruno, ao ler um e-mail dele. Quis tirar esse esmalte vermelho das unhas. Quis repôr umas longas horas de sono perdido, das lindas noites de insônia repletas de murmúrios ao vácuo.
Vontades de passar o fim de semana todo sozinha no meu apartamento. De encher minha sala de videos, de falar sozinha.
Na verdade, é tudo resultado da mais simples falta de companhia.
Pelo menos, há a tentativa de 'Os sertões', creio, ingenuamente.
E passa o caminhãozinho de algum deputado gritando pela Teodoro. Ah, a política.
sexta-feira, setembro 08, 2006
O estranho e o bom? Ver o Vinícius depois de 10 meses e ver o Zé, depois de sete que não o via. Estranho e bom. A UFOP toma a vida do Zé e ele esquece dos amigos. Eu e o Vinícius terminamos um relacionamento por internet. O Vinicius tinha duas. O Zé me ouvia. Mesmo assim? O rapaz me deu um abraço forte e disse 'senti sua falta' ao meu ouvido. Franzi as sobrancelhas e olhei nos olhos dele. Ele ficou um bocado desconcertado e deve ter se arrependido, mas segurava minha mão enquanto contava da faculdade dele. Eu sorri e soltei a mão.
Não, o que machuca é ter ele como lembrança.
Depois, pela grande quantidade de pessoas, esperamos eu, Octávio e as duas Luizas enquanto a Jollies levava o Daniér, o Roliço, a Gabrielinha e a Bud à Cachaçaria.
V a z i a. Mais, impossível. Claro, houve animações. Algum 'parabéns-pra-você' para dar direito à troca de dvd e um som vivo ao lugar. Enquanto os dois casais estavam por lá, nós, o resto, fazíamos um brainstorm no qual 17, de 15 palavras, eram sexo. A Bud e o Dani pegaram a chave do carro da Jollies e não voltaram durante muito tempo. A Jollies e o Roliço ficavam em cochichos. Bleh. Voltei pra casa.
E tá. Hoje eu acordei às sete, com um bom humor incalculavelmente propício. Talvez, a crise de elevada auto-estima tenha voltado. Da próxima vez, eu devo estar mais preparada.
Prendi meus cabelos com um coque alto, coloquei um vestido curto e havaianas. O frio passou um bocado e Batatais estava atraente, de novo.
O medo de ir mais além fez-me andar por caminhos conhecidos. Com aquilo de headphones nos ouvidos, caminhei até aquele lugar; longe, longe, que a Kika apresentou a mim.
O silêncio era alto, e eu me estiquei na grama quente. Tirei os chinelos, soltei os cabelos, aumentei algum volume.
A primeira coisa que veio a minha cabeça foi meu namorado. A segunda, foram viagens, a terceira, foi a nostalgia violenta que toma conta de mim ultimamente. Pensei no que o Vinicius dizia. Pensei na Lizia. Senti pena de mim mesma, pela primeira vez na minha vida. Isso levou a raiva, e sorrisos.
~ Feito eu, perdido em pensamentos sobre o meu cavalo.
É. E alguém vende um dvd do Cats por 22,00.
quarta-feira, setembro 06, 2006
Dores nas pernas. E chega a ser inigualável a sensação de me soltar enquanto danço e alguém me segura. Em alguma festinha não chega a ser como a droga do forró. É brega, claro, mas é divertido. E eu tinha medo de fazer virar um rala-coxa de verdade enquanto imaginava que era o Rapha. Mas eu ria, ao lembrar que ele se sentaria em algum lugar e não se moveria dali para dançar comigo nem que eu fizesse um mini-escândalo.
Rá, ainda, inevitavelmente gostoso imaginar certas situações.
Nada de dançar demais como o Eduardo.
E sem as crises de ciúmes do Theodoro.
Nem as nada-crises do Vinícius.
Balanço de tudo, hoje, han?
Fuck off, saudosismos e e-mails mal mandados.
segunda-feira, setembro 04, 2006
Tenho tentado digirir com mais freqüência e isso não adianta nada para qualquer acúmulo de conhecimento. Batatais nunca vai proporcionar-me isso. Ié, ainda sim, divertido, divertido, divertido.
A parte séria do dia? Tentei distrair-me com o Al Pacino no "Advogado do diabo", enquanto tinha mais ataques com medo de morte. E a não funcionalidade continua. Amargava-me a língua e eu me sentia mal. Acabei vagando pela casa, depois de ter decidido subir as escadas pra tentar dormir. E dormir? Não, não funcionou. Sonhava com o rapaz que me segurou o braço, e que houve um estupro. Eu virava o rosto e ouvia risadas. Das cinco vezes que acordei sonhando algo com o tal rapaz, sentava-me na cama e abraçava as pernas. Conseguia pensar em alívio de nada ter acontecido. Senti medo, mesmo assim.
Encostava a cabeça nos joelhos e respirava fundo.
Acho que, se algo tivesse acontecido, provavelmente não contaria. Virei pro lado e fechei os olhos.
Livros e mais livros, e textos sobre Indústria Cultural e Marketing.
Gosto do curso e quero prática.
Preciso transferir pro noturno.
domingo, setembro 03, 2006
Do Ernst e de tudo o que ele me ensinou com uma Bronica 1980.
Do photoblog que ele me deu e que tinha o nome de uma antiga paixão dele, Hildegard. De como quis permanecer com o nome dela e ele dizia o quanto eu a lembrava.
Dos filhos dele e de quando ele se divorciou. Do quanto ele não se lamentava, apenas pela Emily e pelo Rex.
Most of all, de como ele falava sobre a Melissa.
Lembro-me como se fosse ontem o dia quando ele comentou que estava apaixonado por ela e eu fiquei feliz. Senti-o como nunca havia sentido e passei a conhecê-lo melhor. De todas as conversas em diferentes tipos de inglês, foi a que melhor nos entendemos. Ele calou-se e mantinha um sorriso invejável pela webcam.
A Melissa é a mulher mais bonita que eu conheço. É uma costariquenha com lindos cabelos cacheados. Tinha uma voz sedutora e longos braços. O Ernst morria pelo talento de fotógrafa dela.
Acho que ele foi quem conseguiu captar uma mulher da maneira mais sutil em fotografias.
Como ela é louca por ele e ele por ela. Como boa costariquenha, ela o esperou e ele a visitou. Como bom holandês, ele viu ela mudar-se para a Holanda três anos depois de se conhecerem por internet.
E era como as fotografias dele ficaram mais humanas e as dela mais fortes.
De como é bom receber uma carta dele, depois de um ou dois anos sem nenhum palavra, contando tudo o que conseguia nas linhas mais longas que eu já li, terminando com 'I don't know me any longer. And I don't know you either'. Havia uma fotografia dele e da Melissa, tirada pelo Rex. Sorri e vi que havia um bilhete em espanhol dela no verso da foto: "Voy a São Paulo el mes próximo y deseo tomar una fotografía de usted. Ernst enviará a través de mí sus presentes de cumpleaños. Él los guardaba desde 2004. Le falto mucho, querida."
Qual felicidadezinha foi. Guardando, novamente, só pra mim.

quarta-feira, agosto 30, 2006
Acho que foi lendo algum texto na internet que mencionava Dorothy e coisas secretas que a gente só faz quando está em casa.
Já devo ter mencionado alguma parte de poder ficar dias sem dar satisfação a ninguém. Mas alguém conseguiu listar tudo o mais para me fazer rir da situação fantástica em que me encontro.
Eu realmente descobri que posso ser tudo o que eu consigo ser.
Descobri, também, que posso compartilhar com quem eu quiser. E, friso, compartilhar uma fração do que eu consigo ser quando ninguém tá olhando.
Talvez tenha sido por morar em São Paulo, que me dá a oportunidade de simplesmente andar umas quadras para ter uma diversidade gigantesca de cinemas, bares, teatros e pessoas. Tudo isso, do modo como eu gostava de fazer. Escolhendo o que me interessa. Selecionando coisinhas secretas que ninguém no mundo vai saber que eu gosto.
Foi por ver um filme que eu pude escrever linhas e linhas à máquina e saber que nunca vou mostrar pra ninguém. Foi, pelo mesmo motivo, que soube o por quê de gostar de Publicidade e Propaganda. E rir, gargalhar, sozinha, da posição mental em que me encontro.
Nos poucos metros quadrados do meu apartamento, sou milhas e milhas de mim mesma. E isso é segredo.
segunda-feira, agosto 28, 2006
Listando todos os milhares de textos soltos do primeiro semestre e da carga semi-duplicada no segundo? Listando tudo o que eu consegui ler de extra?
Sobre algo jogado de real interesse. Real interesse, whatta hell do you mean? O que vem da base teórica da Publicidade não te interessa? Mas e a ação? Bleh, se fortaleça.
mas, mas...
É, meu pai falava algo enquanto eu pedia algum livro pra ele. Muito o que ler na faculdade.
Aquele 6,0 foi justificado pelo tanto que eu li de Schaff, Blinkstein, Pierce, Saussure e sobre o maldito triângulo do Odgen-Richards? Não, é culpa do péssimo poder de assimilação.
domingo, agosto 27, 2006
Além do quê?
Em um diálogo, minha mãe, quando deito a cabeça no ombro dela e faz carinho em mim, voltando ontem à noite com o carro, senti-me com vontade de morrer.
Talvez nem me importasse. A sensação era de pertencimento a mim mesma.
A clareza de fatos era chata.
Eu quis além do que eu tinha.
Eu ganhei um livro do Kundera do Bruno, com uma dedicatória que me fez sorrir e perceber o quanto a faculdade fez ele mudar.
Claro, eu havia dado um tapa nele antes de ganhar o livro. Tudo em uma discussão sobre história. Malditos unespianos.
respira. são paulo agora.
quinta-feira, agosto 24, 2006
O que é uma cidade natal além de um porto?
Quando a gente acha que as pessoas não funcionam mais pra isso e que ninguém na imensidão marrom e azul te ajudaria por vontade-própria-sem-nada-em-troca. Para isso que existem as cidades natais. Com irmãos, pai e mãe, cachorro e patinhos. Com passeios noturnos cujo único perigo é o maníaco bêbado que canta músicas de escolas de samba que não mete mais medo em ninguém.
Batatais não me dá orgulho, mas me dá colo. É a velha relação de amor e ódio. Meus vínculos são mantidos pela família e pela praça que me deu chão para as primeiras cambalhotas. Pela escolinhazinha que era estranha depois do Sul e de Sumaré.
Há as fofocas? Há. Há a opinião de cada vizinho seu sobre quem é seu namorado? Há. Há palpite em roupas? Há multidão te olhando quando você vai sair de carro pela primeira vez? Há vizinhas trazendo bolo de chocolate quando você está doente?
É, é pequeno, eu sei. Mas é meu. E, vai me fazer um bem filho da puta nesse fim de semana.
Ou não.
Tem arco-íris e água. Iuhul!
Bleh. Tem tudo isso.
Tá faltando alguma coisa.
sábado, agosto 19, 2006
Publicitários babacas
Acho que, na tentativa de salvar os cérebros da definhação inevitável, rendíamo-nos à leituras pseudo-bem feitas com direito a comentários inteligentes da revista 'Caros Amigos', às maravilhosas dobraduras da Dani, aos impecáveis desenhos do Daniel e do Jannerson e às tentativas de melhorar a letra.
Em vão, a aula continuava uma merda e não conseguíamos salvar-nos.
Decidimos nos inteirar à porcarida que era aquilo tudo o que o professor falava e começamos a anotar qualquer dita 'pérola' que surgisse durante as longas três horas de duração que deram erroneamente para a matéria de Mercadologia.
Devo expôr ao mundo pela primeira vez aqui no blog. Há planos para um blog da PPMATECAUSP2006 [ufa.], mas nada que não dê preguiça a nenhum dos vinte integrantes da fantástica trupe.
Mupy, divagando.
'Cara, mas e se a cana entrasse em extinção?'
[No contexto da conversa sobre produtos necessários ou algo do tipo, alguém mencionava o álcool.]
'Minha mãe falou que no trabalho dela já morreram duas pessoas de stress' [Mupy]
'Nossa! O que a sua mãe faz?' [Dani, complementando].
Cãmi, a quase líder.
'Ah, aí ela faz uma cirurgia e coloca lente permanente.'
[No momento em que falávamos sobre cirurgia de olhos]
'Nossa, ele não pára de falar nessa demanda. Quem é essa tal de demanda? É vizinha dele?'
[ops.]
Jé, contribuíndo.
'Er, as pessoas compram mais janelas no frio.'
Té, que ajuda também.
'Eu hein, moroso? Eu odeio atendimento amoroso, tem muita intimidade.'
Marcello, lá longe.
'Tá, aí vem o verão, e o cara da barraquinha da praia só abre à tarde e à noite, como ele faz pra melhorar essa produção?' [Gino]
'Não, aí ele faz um café-da-manhã na praia.'
Dani, a líder.
'Nossa, é verdade que a Ivete Sangalo cheira cocaína forte?'
[do nada]
'Ah, no inverno as pessoas compram menos computador.' [Eu]
'Claro que não! aì ela liga o computador em casa e fica quentinha.'
Dani dá uma dobradura trabalhosíssima pro Danilo, e ele diz que dobraduras são inúteis.
'O dia que você vivê numa casa de dobradura, você vai ver!'
Agora, tem uma hisória que me obrigaram a escrever.
Jé: 'O Marqinhos tava contando que uma vez ele tava no metrô e tinha um cara segurando a porta. Aí, o condutor começou a dizer aquele anúncio lá, "favor não segurar as portas", um monte de vezes. Daí, ele começou a ficar puto! "O trem está atrasado porque tem um INCONSEQUENTE segurando a porta", maior bravo com o cara.'
Dani: 'Credo, que cara estressado!'
Gabi: 'E ele nem pega trânsito!'
segunda-feira, agosto 14, 2006
colocaram ar condicionado.
Trocaram todos os computadores por maravilhas tecnológicas absurdas.
E pensava no caso que ocorreu durante a pseudo-greve, com o roubo dos computadores. Além de considerar a falta de verba da ECA para determinadas coisas, citando pesquisas e iniciações científicas.
Bleh. É tudo confuso. De onde veio o dinheiro, eu pergunto.
Reclamam da pequena parte do investimento público estadual para a esduação que vem pra USP. Começando a considerar certas parceirias da ECA com alguma instituição particular que não consegui identificar ainda. Era aquele caso da Globo e da Abril? Mas cadê as coisas que a planilha mostrava para esse semestre?
Bah, eu não entendo nada do que acontece na USP. Nem o porquê de aquele prédio ter dois andares e nenhuma escada.
E, o que mais?
Eu acabo doente e chata. Com aquela rouquidão irritante e com uma noite de sono picado.
Fui representante da maior infantilidade e sonhei com isso. Haviam dois moços com o nome de Rafael. Só que um deles tinha algo mais que um simples ph. E eu dei algum chilique e chutei uma parede.
Acordei com dores estranhas no pé, na garganta e no peito.
Era a tristeza?
sábado, agosto 12, 2006
Profecia (ou Testamento Da Ira)
Salve o povo Xucuru
Na cumeeira da serra Ororubá o velho profeta já dizia
Uma nova era se abre com duas vibras trançadas
Seca e sangue
Seca e sangue
Herdeiros do novo milênio
Ninguém tem mais dúvidas
O sertão vai virar mar
Eo mar sim
Depois de encharcar as mais estreitas veredas
Vivarará sertão
Antôe tinha razão rebanho da fé
A terra é de todos a terra é de ninguém
Pisarão na terra dele todos os seus
E os documentos dos homens incrédulos
Não resistirão a Sua ira
Filhos do caldeirão
Herdeiros do fim do mundo
Queimai vossa história tão mal contada
Ah! Joana Imaginária
Permita que o Conselheiro
Encoste sua cabeleira
No teu colo de oratórios
Tua saia de rosários
Teu beijo de cera quente
E assim na derradeira lua branca
Quando todos os rios virarem leite
E as barrancas cuscuz de milho
E as estrelas tocadeiras de viola
Caírem uma por uma
Os soldados do rei D. Sebastião
Mostrarão o caminho
sexta-feira, agosto 11, 2006
Eu achei uma versão de 'Are you lonesome tonight' com o Elvis rindo incontrolavelmente no meio da música. Achei que eles estava sob o efeito de algo, or something.
Hoje eu tive vontades. Vontades que eu soube controlar depois de sentar-me e repensar um bocado de coisas. Digo repensar, sobre saber ser mais racional. Não funcionou, as usual. E fiquei feliz que não tenha funcionado. Senti-me bem ao pensar nas consequências de ligar pra ele de novo e sorrir ao ouvir o modo como ele pronuncia o 'érre'.
Pra quê todo esse ânimo, Gabriela?
E eu volto e penso na minha mãe.
Eu quero ser como ela? Tá. Certos aspectos.
Há tanto além.
Há tanto o que amar.
Há tanto o que planejar pra um futuro não distante.
Should I come back again?
Tell me dear, are you lonesome, tonight?
sexta-feira, agosto 04, 2006
Mick Jagger
Era algo como instintos, inteligência, mono e poligamia? Ou sobre aquela teoria exposta por um rapaz, comentando que a família era o maior confronto de instintos, era o ciúme versus a poligamia humana? Não conseguiria expôr como fiz ontem em algum e-mail perdido pra sabe-se-lá-quem. Era engraçado e foi uma aula fantástica.
Queria contar pra alguém sobre ela, mas foram comentários perdidos no ar, nas palavras erradas, confusas.
É, é o que o Jagger acha. Acabaria o encanto e o homem deixaria o instindo poligâmico aflorar enlouquecidamente? Discretamente, I suppose. Bah, será que todos os casamentos são assim? Eu escrevi sobre isso em algum lugar, acho. Não, tá no meu Machado.
Desenvolvamos a ideia. Os seres humanos são todos complicados. Ou seria apenas eu?
É preciso menos realidade, menos certeza. O medo deveria ser bom, explorado?
domingo, julho 30, 2006
Nah, depois do post da tpm, quem quer que seja que leia isso, vai apontar e gritar 'é culpa dela! é culpa dela' [duas vezes pra criar um cenário dramático].
O que escrever sobre angústia? Ah, angústia guardada por três dias? Não creio que conseguirei [felicidade]. Achando que era para ter escrito sobre isso antes. Há folhas e folhas vazias, jogadas no vácuo, e aquela velha sensação de amargo na língua.
Passei duas semanas repletas de encantamentos e risadinhas. Companhias divertidas.
Dou-me um mês. Um mês da mais completa 'solidão'. E torno-me novamente quem eu fui.
Se gosto? Nada me dá mais prazer.
A julgar pela ironia dos fatos.
sábado, julho 29, 2006
quarta-feira, julho 26, 2006
Frase célebre, dita a cada três dias pelo meu pai desde que entrei na faculdade.
Coloca numa plaquinha, vá.
É, é isso mesmo. A Gábe tá velha.
[Ah, vão pára com esse charminho imbecil? Tá com 18 anos só. Não pode fazer muita coisa ainda, vive do dinheiro dos pais, é uma das pessoas mais mimadas da face da terra.]
Mas tô sim, tá?
Na verdade, acho que estou perdendo a noção do tempo. Eu vejo isso pelos meus irmãos e o quanto eles cresceram. O Guto? Nossa. O Higue? Mon dieu. Vai tudo dando medo.
Como eu disse, eu sou uma vagabunda em potencial. Eu durmo, eu morro na internet, eu tenho preguiça de pensar em certas ocasiões.
Ah yah.
Õnibus pra São Paulo às 5:45 da manhã. Isso é normal? Não, é lindo.
'Te amo, São Paulo', como dizia o Tom.
Mas acho que tudo isso vai piorar quando minha carta de motorista chegar. Ou quando eu receber meu primeiro salário.
Pelos poderes.
segunda-feira, julho 24, 2006
Ah, saudade.
Ainda há algo de muito bom em achar músicas do Borghettinho espalhadas pela internet.
São os clássicos, como naquele dia em que eu achei um cedê do Simon & Garfunkel perdido em velhos documentos.
Fui a um show dele, da última vez que estive em Canela. Foi bem perto do natal e ele usava bombachas e uma camisa meio aberta branca. Ventava muito e o chapéu dele voou longe, acho que para alguém da platéia. Foi uma apresentação em frente à capela de pedra da cidade. Várias pessoas choravam ao meu lado, principalmente no momento em que ele tocou 'Felicidade' e todos os gaúchos do mundo cantaram.
Eu ficava pensando em como o Rio Grande do Sul é protecionista. Talvez no bom sentido, pelo tanto que há de cultura e valorização dela por lá. Na minha última viagem pelo interior, de carro e até São Borja - bem na divisa com a Argentina -, eu presenciei muito do que é o Sul de verdade. Haviam churrascos e rodas de chimarrão, pessoas dançando o pézinho. Os cavaleiros de bombacha mesmo, e chicote, e botas de cano alto, e chapéu. Daqueles que falam com um sotaque fantástico e cospem no chão. Mulheres com saias longas e donas-de-casa-de-fazenda. Dos tocadores de gaita, do vanerão.
O que foi aquilo para os cinco primeiros anos da minha infância? Não faço idéia.
O que é aquilo pra mim, hoje? Meta, depois de Minas. E infelicidade, pelo estado de São Paulo.

Parque Farroupilha - 1998
sábado, julho 22, 2006
When we wanna sing, we sing.
Acho que ela enfiou o dedo em qualquer parte de um livro cujo título era alguma-coisa-and-taboos. 'Rá, death'. Olhei bem pra ela e para o meu colega de classe. 'Carol, you know that Daniel will discuss something only for the pleasure to disagree with me, don't you?'. Ela respondeu que sim, e que era mais divertido.
Não sei por quê cargas d'água, o assunto desviou para religião e para o meu ceticismo. Tá, sei o por quê de ter desviado para religião, mas eu fui o alvo de questionamentos. E, para falar, o Daniel se deliciava com cada respostinha metidinha de menininha rebelde que sou. A Carol ria, e dizia que era porque ele não podia discutir algo tão profundo quanto morte com a namorada dele. Hum, e ele nem ficou bravo.
Acho que eles ficaram tristes pela minha auto criação religiosa, ou não. Contava que, quando minha avó morreu, eu lia Saramago. Foi meu ápice de fase de questionamentos. Desacreditei de qualquer coisa e iniciei-me em wiccanismos e práticas estranhas. Isso com 12, 13 anos. Devo ter me interessado pela Wicca até uns 16 anos, quando parei de conversar com a Thatinha. Era, o que dizíamos, uma apóia a outra. Talvez tenha começado a odiar os go-betweens: religião. Foi por que, mesmo? Quando comecei a ler algum artigo científico? Quando comecei a querer provas?
O ceticismo tomou conta, comigo julgando levar uma vida racional. Rendo-me a emoções facilmente. Claro, acreditando na capacidade cerebral humana sem enfiar forças maiores no meio.
Daí, meu avô paterno morreu. Hum, foi um quase-cair-de-mundo, ano passado.
Odiei tudo, por um mês ou mais. Sentia raiva. Mas não era de qualquer so called deus. Era dos homens. E da falta de atenção. E das estradas. E dos caminhões. E dos acostamentos. E das agências funerárias. E dos cemitérios. E daterra. E da cama, e, e...
É tudo justo, claro. O ser humano morre. Mas minha avó Maria e meu avô Antenor? Justo os imortais?
quinta-feira, julho 20, 2006
'São só paredes.'
Contada a historinha, já é explícito que ela não fica por aqui sem 'ter o que fazer'. Claro que há a fazenda. 'Vou alugar esse negócio e morar na fazenda. Daí, o Higue estuda no Objetivo lá de Brodósqui'. Mas hoje, eis que um impávido senhor ultrapassa as barreiras representadas pelo portãozinho da varanda de entrada e diz: 'Quero comprar sua casa'. [cena de menininhas gritando 'ooooooooh', com feições que mostram espanto]. A Senhora Dadá aqui ficou toda animadinha. 'Não aguento mais esse trambolho, esse tamanho de casa com duas pessoas mais um cachorro que parece um rato de tão pequeno. Se ele pagar isso que ele propõe, eu compro tantos apartamentos em Ribeirão Preto, o seu em São Paulo e moro por lá contigo. Além de alugar aqueles de Ribeirão.' E dá-lhe ligações para todas as cidades do mundo em busca de papai. 'Luis, eu vou vender a casa.'
Quando digo que seria injusto com a minha já falecida, porém, constantemente citada e idolatrada, avó Maria [digníssima projetista da minha casa], minha mãe alega que 'são só paredes'. Bom, não passei toda a minha infância aqui, anyway. Mas, são grandes passos. Ainda é chocante receber notícias assim. Claro que não há marquinhas de crescimento na parede, não há vidros quebrados [exceto um dos que existem na porta de entrada, marca de uma chuva torrencial que o quebrou e fez com que usássemos um pedaço de papelão por uma semana no lugar do vidro. ele ainda é diferente dos outros dois.], não há buracos no chão. Mas sim, tem história. Eu sei que são só paredes, mas foram as que abrigaram tudo o que aconteceu conosco enquanto moramos em Batatais. Elas dão a impressão de lugar secreto que guarda tudo o que você precisa para algum renascimento de memórias esquecidas.
E eu ainda não consigo evitar uma frase quando chego em Batatais, a cada vinda de São Paulo: Ai ai, casa.
quarta-feira, julho 19, 2006
A woman's rage
Tendo me rendido à certas outras coisas, criei milhões de cartas começadas e frases soltas. E isso não me apetece.
Dormir tarde assim quando há a iminência do exame prático de direção? Entupir-me com litros e litro de café [começando a achar que acabarei com a água do mundo de tanto fazer café] não é bom. E sabem o que é pior? Leitura lenta.
~ he was always there to help her. and then, he knocked at her door.
A minha sorte é que eu tenho conseguido conversar um bocado. Ahn, vale dizer se for comigo mesma? Se ressucitei diários?
Ri bastante da minha situação de inapta, mentalmente falando, e saí pra andar com a Bud.
Desejei meus domingos solitários em São Paulo. Ou os que havia uma ligação às três da tarde dando início a algo que só terminava na segunda-feira de manhã.
Consigo ficar tão feliz assim por uns tempos?
Acho que aprendi a conviver com a solidão um tanto bem. Claro, desfalecia enquanto ele ficava por lá, e queria sempre a presença dele [situação que se repetiria se eu alcançasse a distância].
E antes? Ficava sozinha. Morria de tédio e claustrofobia em momentos que julgava estranhamente bons.
Podia chorar sem dar satisfações a ninguém a não ser eu mesma. Elaborava histórias e teorias.
Da próxima vez, atormentarei vizinhos com outro som durante a madrugada, o som da máquina de escrever.
terça-feira, julho 18, 2006
Negligência

'Gábe, faz mal tomar tanto café assim.'
'Mãe, fase super feminina, deixa eu ter pelo menos uns momentozinhos de negligência, deixa?
'Ah, larga de ser boba'.
É assim, né?
'Rááá, eu sou uma adolescente [?] incompreendiiida!'
O Matheus comentou hoje que aprendeu a não classificar crimes. Que no Direito, isso não existe. Acho que ele está apaixonado pelo curso. Disse-me que tenho acesso a qualquer processo aberto. Resolverei quando passarei a frequentar a biblioteca do Fórum.
Acho que isso acontecerá quando eu bater meu recorde de um litro de café durante o dia.
Alguém me grita insandecidamente.
Oh yeah.
segunda-feira, julho 17, 2006
Sabe o post de antes?
Então, é só fuçar em uma música e começar a chorar, além de achar isso a coisa mais saudável do mundo.
Por que eu tenho me mantido tão ocupada e cansada?
'mulherzinhá! mulherzinhá!'.
Feminilidade em altíssimos níveis. Ain't that amazing?
A segunda tornou-se o domingo? Por onde as mulheres sentem inveja dos homens por eles terem o futebol e não terem vontade de se suicidar ao final da tarde?
Gostando mesmo desses meus momentos.
Há tanta separação de sexos que ah, eu chego a achar que é tudo mentira.
domingo, julho 16, 2006
uma semana, só?
Mulheres, hunf.
Sofremos mesmo todas as mazelas do mundo, não é possível.
Alguma coisa deve ter sido feita, gosh, há muito conspirando contra essa parte da humanidade.
Dizendo, no meu caso?
São duas longuíssimas semanas da mais profunda TPM. Tudo dói, o corpo todo, com raras exceções. O cabelo fica horrível. Fico pseudo-três-quilos-mais-gorda, inxada. E há aquele monte de espinhas que vão me seguir até os gloriosos 26 anos. E eu choro, choro muito. Choro por bichinhos mal-tratados, choro por crianças abandonadas, choro quando alguém fala meu nome inteiro ['Por que você tá me tratando assim? Mas eu não fiz nada!']. Grito com meio mundo por qualquer coisinha. Todas as pessoas do universo me odeiam e nada dá certo na minha vida. Torno-me o bípede mais estúpido já nascido e odeio quando concordam comigo nesse ponto. Torno-me paradoxal e birrenta.
Depois? Sangro. Uma semana de dores intensas, violentas, incessantes. Uma semana de nunca-mais-quero-levantar-dessa-cama-quentinha. Nos primeiros dois dias? Qualquer movimento brusco parece fazer o útero desmanchar.
E tudo isso pra quê? Para uma semana bem, com o cabelo bonito, a pele certinha e a sensação de ser a mulher mais linda ever. Qual é? Vale? 3/4 do mês vivendo como uma bomba-relógio prestes a explodir?
Quando eu for deus, eu vou tratar de mudar isso.
E eu ainda adoro ser mulher.
quinta-feira, julho 13, 2006
Todo o calor tirou sua roupa. O cabelo colava-se à nuca. Os segundos eram horas, as horas dias e os dias anos.
Um piscar de olhos e uma inspiração duravam eras naquele dia, naquele octavo día.
Durante oito dias, o mundo derretia e ela ficava trancada na cama.
Tirar cada peça por dia. Tirar cada fragmento junto.
Teve tempo para pensar, enquanto o calor tornava a vida lenta. Depois do que aconteceu, pensar era a melhor atividade.
Olhou para as unhas vermelhas dos pés. Molhava os cabelos com a água da garrafa ao lado da sua cama de quando em quando.
Molhava o rosto em outros artifícios.
O que sentia? O que queria, misturando lençóis, suor e pele?
Chorava. Sentia calor. Parava e inspirava profundamente.'
Eu quero me esconder debaixo dessa tua saia, pra fugir do mundo.
Pretendo também me embrenhar no emaranhado desses teus cabelos
E vem logo, vem curar teu nego, que chegou de porre lá da boemia.
quarta-feira, julho 12, 2006
Ataques, de novo? Recusinhas, de novo? Transferência de líderes e prisões mal calculadas, de novo?
Erros grotescos.
Eu sonhei com você, não tive tempo de contar.
Era 1920 e alguma coisa. Tinha a tal da recém descoberta Madeleine e eu usava um vestido branco comprido e com uma fenda na perna direita e algum xale com pêlos. Você usava um terno preto com uma gravata vermelha, um chapéu à década e uma bengala mais bonita inútil para sua idade.
Andávamos por um bar e você sentou em uma mesa num canto escuro para fumar.
'Dança pra mim?'
'Danço.'
Você ficava impassível e mexia as sobrancelhas. Havia muita fumaça e aquele jazz.
De repente, tiros. Você participava e ria.
Tirou o paletó e havia suspensórios [nunca saberei escrever essa palavra] e uma arma.
Em erro e você me acertou.
Tentei sair, engatinhando e você puxou meus pés.
'Fica debaixo da mesa senão é pior.'
Eu olhava inconformada.
Hum, e depois, eu morri, acordando.
Iei. ^^
You might be spoilin' me too much, love.
Yer gonna make me lonesome when you go.
